quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

AUXILIAR DE BIBLIOTECA VIRA A PÁGINA DE SUA HISTÓRIA COM LEITURA.

Auxiliar de biblioteca vira página de sua história com leitura

Folhamax 

Dois anos após entrar para a Escola Estadual Odorico Leocádio Rosa, em Rondonópolis, Tânia Mara de Assis deu uma reviravolta na sua vida e de muitos estudantes. Ela idealizou e pôs em prática um projeto com a meta de promover a leitura. Mas não aleatoriamente. Assim como ela, estudantes do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental passaram a ler um livro por semana e a promoverem a roda compartilhada.

Tudo começou quando conseguiu o trabalho como auxiliar de biblioteca na escola. Sem nunca ter lidado com tarefas na área de educação, uma vez que atuava em empresas privadas e em áreas administrativas, Tânia deixou-se ‘contaminar pelo ambiente’ e criou o projeto. Primeiro, para vencer a própria timidez, mas de tão bom que achou, interagiu com as crianças e adolescentes. Assim nasceu um projeto que motiva a classe estudantil.

A dinâmica não fica só na leitura. Todos fazem um resumo do livro e se reúnem uma vez por semana para contar as histórias aos demais colegas, numa grande roda de leitura.  “Ler me ajudou e muito, até na vida pessoal. Resolvi inventar uma ação porque estão numa fase (adolescência) em que gostam de coisas diferentes”, relatou.

Ideias

A maioria dos resumos fica arquivado na biblioteca da escola, outros estudantes preferem colar o material produzido em caderno que eles destinaram para esse fim.  Mikaelly Pereira de Matos, 12 anos, é participante fervorosa da iniciativa, até sugere as histórias que mais gosta para que outros colegas também leiam, inclusive para a idealizadora do ação.

“Os bons livros a gente sempre indica e todo mundo participa. É um trabalho muito bom e interessante, que rende frutos. Você pode desenvolver outras habilidades além da leitura, como falar melhor e ampliar o vocabulário. A primeira vez a gente sente um pouco de vergonha para relatar aos demais estudantes, mas depois vamos perdendo isso”, explicou a estudante.

A partir da leitura, outras ideias ganharam espaço na biblioteca, como declamar poesia com o microfone. “É outra atividade que eles adoram, além de ajuda-los a perderem o medo, a timidez, tornam-se mais desinibidos. Eu sofri muito com isso e falo para eles que não quero que passem por isso. Falo para eles o quanto é importante irem se soltando aqui, para não ter que se soltar lá na frente. Por que, assim, quando estiverem em outro ambiente escolar vai ser fichinha, vão tirar de letra. E todos gostam, dificilmente não querem participar”, destacou Tânia.

Ela confessa que até recorreu à ajuda de psicólogos para perder o medo e vencer o trauma pela gozação dos colegas (quando estudava). Hoje casada, tem filhos adultos, mas nenhum com o gosto pela leitura. Segundo ela, os estudantes já apresentam mudanças, se comparadas quando iniciaram o projeto. Agora já não demonstram tanta dificuldade em falar em público.

Cautelosa, no entanto, a auxiliar que acabou se tornando uma educadora no processo diz que mais coisas precisam ser mudadas, mas aos poucos. É que os estudantes não gostam de livros volumosos, sempre as escolhas são por obras mais finas. A preferência também varia. Os pequenos, do 1º ao 5º ano preferem fábulas, os maiores ficam com os contos e poesias.

Além da maratona de um livro por semana, eles não estão isentos das obras exigidas pelos professores em sala de aula. As ações inovadoras têm feito a diferença na Escola Estadual Odorico Leocádio Rosa, onde todos se envolvem no processo de ensino e aprendizagem.

A escola é a melhor da Região Centro-Oeste, segundo avaliadores do Prêmio Gestão Escolar. Ela é uma das finalistas, juntamente com outras 4 representantes regionais para a melhor do Brasil, que será conhecida em no início de dezembro em Brasília (DF).

Aprendizado

“Não sei como será minha vida fora da educação. Estou adorando esse serviço. Nunca gostei de trabalho repetitivo e aqui, o ambiente, a escola, os alunos, o projeto de leitura, tudo conspira para que cada dia haja uma nova descoberta, um novo aprendizado, uma troca”, revelou Tânia.

Como não gostava de ler, não conseguiu implantar essa disciplina com seus filhos, hoje já adultos. Mas o comportamento tende a ser diferente quando o assunto diz respeito a neta. “Leio historinhas e tento semear algo diferente com minha neta. Ela gosta de ouvir, já demonstra interesse e é participativa. Vai inclusive entrar na abertura da festa, um show de talentos que faremos no final de novembro aqui na escola”, destacou entusiasmada com a mudança de hábito que está a caminho entre os seus descendentes.

Tânia parece ter conquistado mesmo a confiança dos estudantes. Em busca das melhores performances na programação do final do mês, eles a procuraram para ajudá-los na preparação das apresentações. Os ensaios acontecem na biblioteca.

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