sexta-feira, 28 de novembro de 2014

LEITORES QUE GOSTAM DE LER.

Uma escola que forma leitores que gostam de ler

A Cidade - 12/11/2014

Na Escola Estadual Diva Tarlá de Carvalho, no Ribeirão Verde, os livros não ficam somente nas estantes. Eles são lidos, relidos, discutidos e têm o precioso poder de transformar adolescentes em cidadãos comprometidos com o bairro onde moram e conscientes da importância da educação para o futuro deles.

Tudo isso acontece na Sala de Leitura da escola, projeto do governo do Estado, implantando pela professora Maris Ester Souza há cinco anos. Quando apresentou a proposta dela, Maris tinha um único objetivo: “A leitura me transformou e eu queria que meus alunos também sentissem essa transformação”.

Leitura, troca de ideias e crescimento
“Sempre gostei de ler, mas a paixão pela leitura foi despertada aqui na Sala de Leitura”, diz Luana Cristina dos Santos, 17 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio da Escola Diva Tarlá.

Luana teve a quem puxar. “Tive muito incentivo da minha mãe e do meu irmão. Este ano já li mais de cem livros. O meu preferido, por enquanto, é ‘Orgulho e Preconceito’, de Jane Austen. Esse foi uma indicação da minha mãe. Ela se apaixonou e eu também”, conta.

Segundo a estudante, a leitura é uma forma de relaxar a mente. “Vou prestar vestibular para Medicina, então, fora o tempo na escola, estudo mais sete horas por dia em casa. À noite, eu leio um livro para desestressar. Quando estou lendo eu me transporto para o livro. É tão apaixonante”.

Este é o objetivo da Sala de Leitura: aproximar o aluno do mundo literário e fazer com que ele encontre prazer ao desbravar esse território. “Este projeto é um diferencial da escola, é o sair do comum e descobrir as várias formas de leitura”, afirma a coordenadora Maris Ester Souza, de 49 anos.

Na sala, que recebe o nome da escritora Fátima Chaguri, são realizados durante todo o ano encontros com autores locais, palestras, discussões sobre as obras, saraus literários, produções artísticas, de fanzines e poemas.

Quando chegou à escola, Maris encontrou uma sala com estantes, mas com o apoio da sociedade e do padrinho Luiz Puntel conseguiu transformar o espaço.

“Estudo aqui há três anos. Quando cheguei, a Maris me incentivou muito a ler. Os livros me dão conhecimento e também são ótimos passatempos”, diz a estudante Sara Cristina Santos Camargo, de 17 anos.

Lariane Daniela dos Santos, de 15 anos, é outra participante ativa do projeto. “Ler, pra mim, não é uma obrigação. Acho que todas as pessoas deveriam ler”, afirma.

Além do incentivo à leitura e das ações promovidos na escola, o projeto também leva os estudantes ao teatro e a eventos culturais, como a Feira do Livro.

“Muitos alunos falam que eu fui a pessoa mais importante na vida deles, que eu sou um incentivo. Eu falo que eu só estava na hora certa para dialogar com eles”, diz Maris.

Com incentivo, alunos descobrem que são capazes
Até mesmo quem não é muito fã de livros é conquistado pela Sala de Leitura. Christtian Souza, de 14 anos, estudante do 1º ano do Ensino Médio, é um exemplo.

Há alguns dias, a professora Maris propôs uma atividade em sala. Ela escreveu títulos de livros do escritor Julio Cesar Bridon dos Santos no quadro e os alunos tinham que utilizá-los para formar um poema. O do Christtian, “Diante das Estrelas”, foi escolhido como um dos melhores. “Nem eu achava que tinha essa capacidade. Na escola, eu sou meio bagunceiro, não gosto muito de estudar. Agora, estou incentivado. Quero participar mais e fazer mais poemas”, conta o estudante.

Os olhos de Maris até brilham com essa declaração. “Muitas vezes eu olho para um aluno e falo ‘você não sabe o potencial que você tem, precisamos descobrir o que está dentro de você’”, diz a professora.

Maris voltou a estudar aos 31 anos de idade
“A leitura me transformou”, diz Maris Ester. A professora de 49 anos formou-se em Letras há apenas oito anos.

Após concluir a oitava série, em 1979, Maris parou de estudar e voltou aos 31 anos de idade. Fez o Ensino Médio e depois entrou na faculdade de Letras.

“Sempre gostei de ler e de escrever. Eu falo que nasci de novo aos 31 anos, no dia 18 de abril, dia do aniversário de Monteiro Lobato. Na época, eu estava em depressão e fui recomendada por um terapeuta a voltar a estudar. Os estudos foram uma chama e depois tudo foi acontecendo”.

Hoje, além de coordenadora da Sala de Leitura da Escola Diva Tarlá, Maris é presidente da Casa do Poeta e do Escritor de Ribeirão Preto, relações públicas da União dos Escritores Independentes da cidade e autora de livros.

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