quarta-feira, 23 de abril de 2014

RACIONAMENTO NA SAÚDE.

Resenha Eletrônica
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Editorial - Racionamento na saúde
O Globo - 22/04/2014


O Brasil conseguiu erradicar doenças como a varíola e a poliomielite com programas de 
vacinação realizados com êxito durante 40 anos. Os bons resultados em planejamento, 
organização, método e continuidade garantiram ao Programa Nacional de Imunização um 
status de anomalia no caótico sistema brasileiro de saúde pública. Exemplo: a prevenção 
contra sarampo, difteria, tétano e coqueluche alcançou 98% da população exposta.

Agora, a desorganização que prevalece na rede de serviços públicos e drena recursos do 
Sistema Único de Saúde (SUS) ameaça contaminar o programa de prevenção a doenças transmissíveis. O país enfrenta um racionamento inédito e dissimulado na distribuição de 
vacinas e soros a todos os estados.

Sete semanas atrás o Ministério da Saúde jogou a toalha: o governo "tem conseguido 
atender a distribuição de alguns (produtos) imunobiológicos com regularidade" - confessou
a Secretaria de Vigilância em mensagem (Comunicado 59/2014) aos coordenadores estaduais 
do programa de imunização.

O governo federal centraliza o planejamento, organiza a produção, compra e distribui vacinas
e soros. Os estados fazem a partilha aos municípios, que se encarregam da vacinação nos 
postos de saúde. Na emergência, adotou-se um sistema de cotas. Cidades médias que 
recebiam oito mil doses de vacina dupla para adultos, por exemplo, estão limitadas a 1.600 
doses mensais.

Falhas nas compras e no planejamento de produção, nos últimos 24 meses, levaram ao desabastecimento de 16 tipos de imunizantes. Há casos como o do imunizante do sarampo, caxumba, rubéola e catapora, com possibilidade de recomposição de estoques a partir de maio. 
E outros, como antidifteria e antitetânica, com suprimento incerto para os próximos meses.

Sem estoques, o governo pediu ajuda à Organização Pan-Americana de Saúde. A Opas aceitou socorrer o Brasil, sem prazos garantidos. Diante da pressão crescente de estados e municípios, 
que há décadas mantêm uma rotina de vacinação em massa, o Ministério da Saúde adotou dois 
tipos de resposta-padrão: numa avisa que haverá distribuição "de forma gradativa" quando receber 
os produtos; em outra, prevê atender à procura "de forma fracionada". Ou seja, o governo Dilma Rousseff ainda não sabe quando o racionamento de vacinas e soros vai acabar.

Existe um problema adicional: a Copa. O ministério não preparou uma campanha de 

esclarecimento e de vacinação contra a febre amarela para turistas nacionais e estrangeiros 
durante os jogos, embora há um ano tenha decidido (Portaria 1.498) que essa vacina é 
necessária a quem planeja viajar por 80% do território nacional durante o Mundial. 

O país não tem registro de casos de febre amarela urbana, transmitida pelo mosquito Aedes 
aegypti , mas em dezembro o Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis classificou mais de 3.100 cidades como "áreas com recomendação de vacina". Incluiu no mapa cinco das 12 cidades-sede dos jogos: Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá e Manaus. Ninguém avisou 
os torcedores - e faltam apenas sete semanas para a abertura da Copa. 

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