quinta-feira, 17 de abril de 2014

FELIZ PÁSCOA

O verdadeiro significado da Páscoa:

Postado por Célia Rovana Machado 

 A Páscoa não se resume a lembrar o sacrifício e a morte de Jesus Cristo,mas é a celebração de alegria e de vitória pela Ressurreição!
  Páscoa é vida nova, libertação, evolução... E, para tanto,há que se amadurecer e cuidar da nossa saúde espiritual, são necessários e urgentes o amor e o perdão incondicionais...


"SE VOCÊ OUVIU TUDO A RESPEITO DE JESUS E NÃO SE MODIFICOU...VOCÊ SÓ OUVIU..."

A Páscoa como Renascimento Interior - 

Texto sobre Filosofia Esotérica



Um Processo Circular de Renovação da Vida 

Carlos Cardoso Aveline

A ressurreição que a Páscoa cristã comemora anualmente está ao alcance de cada ser humano o tempo todo.

           O cristianismo velho e triste do dogma, da cruz e da intolerância dará lugar durante o século 21 a uma nova espiritualidade inter-religiosa, filosófica, otimista e voltada para o futuro.

           A tradição cristã - assim como outras religiões - pode e deve passar por uma morte e um renascimento. A disciplina espiritual é dura e inevitável para quem quiser trilhar o caminho místico. Mas ela não é feita de tristeza ou dogmatismo, e sim de liberdade interior,  responsabilidade própria e contentamento. 

           A própria base da tradição cristã é pagã, panteísta e ecológica. As principais datas do calendário cristão se apóiam, na verdade, sobre comemorações não-cristãs que celebram o Sol e os ciclos naturais.

           A Páscoa, por exemplo, é comemorada no equinócio da primavera, no hemisfério norte, e no equinócio do outono, no hemisfério sul.  Nesta época do ano, a noite e o dia têm exatamente a mesma duração. A partir da Páscoa, o equilíbrio entre a luz e a sombra é rompido a favor da luz solar, no hemisfério norte. Por isso, tradicionalmente, a Páscoa é vista como o anúncio de um novo começo e como algo que abre espaço para o ressurgimento da vida em todas as dimensões da natureza. 

           Até o século 19, ainda era costume em certas regiões da Europa sair para a natureza na madrugada  do dia da Páscoa e assistir ao nascimento do Sol. Havia a convicção de que o astro-rei dançava de alegria nesse dia, logo acima da linha do horizonte, comemorando o novo período anual de predomínio da luz.

           Nos países do hemisfério sul, onde a celebração da Páscoa marca o equinócio de outono, o  momento anuncia a caminhada em  direção ao inverno. Neste caso, o renascimento da Páscoa não é um processo físico ou externo, mas sim interior e espiritual.  
          O Natal é outro evento pagão de que o cristianismo apenas se apropriou. O nascimento de Jesus é comemorado exatamente no solstício de inverno do hemisfério norte, o auge da estação fria,  a época do ano em que a noite é mais longa. Daí a neve de algodão nos presépios brasileiros. É a partir do solstício de inverno (24-25 de dezembro) que a luz já não perde mais energia e volta pouco a pouco a recuperar sua intensidade, do ponto de vista dos países situados acima da linha do Equador. 

           Na Roma pagã, o dia 25 de dezembro era dedicado à festa  do “nascimento do sol invencível”. Foi só em meados do século 4 que a  data foi adotada pelos cristãos para comemorar o nascimento de Jesus, “o sol da justiça”.

           Assim, a religião cristã é filha e herdeira das antigas tradições  religiosas de comunhão com a natureza e com os astros no céu.  Isso explica por que o texto bíblico Eclesiastes (43: 1-5) celebra o Sol e a Lua deste modo:

           “Orgulho das alturas,  firmamento de claridade,  assim aparece o céu em seu espetáculo de glória. O Sol proclama ao nascer: ‘Como é admirável a obra do Altíssimo’. Grande é o Senhor  que o fez, e com sua palavra apressa o seu curso. Também a Lua, sempre exata, a mostrar os tempos, é sinal eterno...”

           Para a filosofia esotérica, a transformação de inteligências cósmicas em figuras antropomórficas e  personalizadas é um processo de produção de metáforas e imagens apenas simbólicas. O cosmo é um grande ecossistema inteligente. Embora Francisco de Assis seja famoso por sua visão universal e  panteísta da natureza, muito antes dele o Eclesiastes já exaltava o relâmpago, a neve, as nuvens, os pássaros, o trovão, os montes, o vento, o deserto, e os encarava todos como aspectos externos do processo divino universal. 

           A Páscoa simboliza, portanto, o renascimento espiritual de todos os seres como parte do ciclo anual e natural da vida. 

          “A sabedoria consiste em saber o nosso lugar em cada ciclo vital, e  em saber que tipos de ação são necessários para cada momento”, escreve Richard  Heinberg. [1]  

          Para quem vive no hemisfério sul, há um clima de renascimento físico no equinócio da primavera, em 23 de setembro, porque nesta época do ano tudo  que é verde passa a ressurgir ao nosso redor.

           Ao contrário da Páscoa do Norte, a Páscoa outonal do hemisfério sul prepara e anuncia o inverno externo, mas também produz  uma purificação interior. É quando a vida começa a se retirar do plano físico que ela pode florescer melhor no plano espiritual.

           Antes do renascimento interior, deve haver a morte, a perda, a renúncia, a austeridade, “tapah”, em sânscrito.

           Quarenta dias antes da Páscoa, no auge das dificuldades e do frio no hemisfério norte, começam a quaresma e o jejum. A palavra “carnaval” vem do latim medieval carnelevarium, que significa “afastar a carne”, abster-se de comer carne.

           Para alguns, jejum talvez seja uma penitência e um castigo.  Na verdade, comer menos e purificar-se como preparação para um novo ciclo nada tem a ver com castigo ou infelicidade. A prática moderada de jejum é recomendável para a manutenção da saúde. O Jesus do Novo Testamento não foi o único a jejuar. “Todos os grandes mestres da humanidade, dentro e fora do cristianismo, conheciam o mistério dinâmico de dois fatores: o jejum e a oração”, escreveu Huberto Rohden. [2]    E um Mestre dos Himalaias escreveu:

           “Jejum , meditação, castidade em pensamento, palavra e ação; silêncio durante certos períodos de tempo para permitir que a própria natureza fale a quem se aproxime dela em busca de informação; domínio das paixões e impulsos animais; completa ausência de egoísmo nas intenções, e o uso de certo incenso e certas fumigações com objetivos fisiológicos, têm sido apontados como instrumentos desde a época de Platão e Jâmblico, no Ocidente, e desde os tempos ainda mais remotos de nossos Rishis hindus.” [3]

           O processo de purificação interior que prepara um Renascimento não é necessariamente fácil. Um trecho da Bíblia mostra isso e ilustra a necessidade de coragem. Segundo o Novo Testamento, certo dia, quando já faltava pouco para a Páscoa dos judeus, Jesus foi até Jerusalém.   Chegando ao templo, viu vendedores de bois, ovelhas, pombas e diversos cambistas comodamente sentados e tratando de ganhar dinheiro.  Armado de um chicote, Jesus expulsou-os do templo. (João,  2: 13-22).

           Talvez a primeira conclusão a tirar do episódio é que a Páscoa não deve ser vista como um processo meramente comercial. Não há nada de errado em comprar e vender. O que se deve evitar é a confusão entre o que é comercial e o que é sagrado. Além disso, a idéia de comércio nesse trecho do Novo Testamento é simbólica. Ela se refere a toda busca de lucro ou vantagem pessoal à custa de outrem. O templo, na verdade, é a própria consciência de cada indivíduo. Os “mercadores” a serem “expulsos” são a cobiça, o medo e ambição.  A verdadeira Páscoa ocorre no mundo interno, e para vivê-la é preciso deixar de lado a avidez por ganhos pessoais, inclusive aqueles que são sutis. A Páscoa real celebra o renascimento interior que vem depois que o eu pessoal toma a dura decisão de deixar de comportar-se como se fosse o centro do universo. Isso ocorre porque ele descobriu, de fato,  a realidade eterna que há além das ilusões pessoais de curto prazo. 

           Em toda caminhada espiritual há resistências e obstáculos a vencer.  Por isso, no episódio da expulsão do templo, os vendedores discutem com Jesus e o mestre faz um desafio que antecipa o futuro:

           “Destruam esse templo e o levantarei em três dias”. 

           O Evangelho acrescenta que Jesus não está falando do templo externo, mas do seu próprio corpo.

           O corpo físico humano é como um templo que não deve ser desrespeitado porque nele mora um espírito divino, uma alma imortal.  Esse templo pode ser destruído, porque a morte é uma necessidade. Mas ele ressurgirá - porque a cada morte corresponde um renascimento.  A filosofia esotérica concorda com Pitágoras e ensina que a reencarnação é um fato e uma lei. 

           Nem tudo pode ser dito abertamente, a qualquer momento e para qualquer pessoa.  É preciso ter cuidado com as palavras. Mestre Jesus falava ao povo contando pequenas histórias que possuem vários níveis de significados. Um dia, ele explicou aos seus discípulos mais próximos:

           “A vocês foi dado o mistério do reino de Deus; aos de fora, porém, tudo é dito em parábolas para que, vendo, não percebam, e, ouvindo, não entendam”. (Marcos, 4: 1-2)

           O que Jesus mostra nessa passagem é que existe no seu ensinamento um aspecto esotérico (interno) e outro exotérico (externo), “para os de fora”. Uma condição central para ter acesso ao aspecto esotérico do ensinamento é a prática das suas lições na vida diária.

           “Todo aquele que ouve estas minhas palavras e as põe em prática será comparado a um homem sensato que construiu sua casa  sobre rocha”, disse ele ao povo. “Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha” (Mateus, 7: 24-27).

           Para a filosofia esotérica, as escrituras sagradas das diferentes tradições são coleções de mitos, parábolas e narrativas simbólicas. Funcionam como grandes redes generosamente  atiradas pelos pescadores de almas ao mar aberto da humanidade, que só pescam e trazem para os círculos internos aqueles que têm discernimento maduro e tentam continuamente praticar o que aprendem, de modo gradual mas crescente.

           Tais aprendizes vivem em harmonia com o ensinamento e por isso vão adquirindo “olhos para ver” e “ouvidos para ouvir”.  Aos poucos, a sabedoria espiritual forma uma espécie de templo  na mente  do aprendiz. Esse santuário interior deve ser protegido das oscilações de curto prazo.

           Jesus usava alegorias,  e a própria vida de Jesus - tal como narrada nos Evangelhos - é uma parábola. Foi montada com base em ensinamentos e narrativas de religiões e tradições mais antigas que o  cristianismo, inclusive o hinduísmo e o budismo.  [4]

           O nascimento do Mestre, a traição  que sofreu por parte de  alguém  muito próximo e que o levou à morte, a sua ressurreição, e até a promessa de uma “segunda vinda”, são, todos,  pontos que coincidem com uma lenda egípcia muito mais antiga que os evangelhos cristãos -  a  lenda de Osíris.  E há outros elementos “cristãos” tomados da tradição do Egito, como veremos.

           O costume de falar por parábolas está presente nas antigas escolas de mistérios. No Ocidente, era uma característica  central do ensinamento de Pitágoras, 500 anos antes da era chamada cristã. O cristianismo romano alimentou-se abertamente do mundo grego. O próprio sacrifício de Sócrates,  que viveu de 470 a 399 antes da era cristã,  já foi comparado à lenda evangélica da morte de Jesus  pelo pensador brasileiro Alceu Amoroso Lima. [5]

           Helena P. Blavatsky explicou:
“Cada atitude do Jesus do Novo Testamento, cada palavra atribuída a ele,  e cada fato relacionado a ele durante os três anos da missão que afirma-se que ele cumpriu, estão baseados no Ciclo da Iniciação, um ciclo fundado na precessão dos equinócios e nos signos do Zodíaco”.[6]  

O próprio Ciclo da Iniciação é mencionado na lenda dos evangelhos quando Jesus se refere ao “caminho estreito e difícil que só uns poucos encontram” (Mateus, 7:13-14).

           Em “Ísis Sem Véu”, H.P.B. escreveu: 

           “Era a doutrina da Índia antiga que Jesus estava pregando, quando recomendava a completa renúncia ao mundo e às suas futilidades para buscar o reino dos céus,  Nirvana”. [7]

           Jesus ensinava sobre a ressurreição e a descrevia como algo que estará ao alcance -  algum dia -  de todos aqueles que percorrerem o “caminho estreito”.  Mas o que é, exatamente,  ressurreição? 

           Há vários níveis de resposta para esta pergunta. Vejamos dois deles. Por um lado, a grande ressurreição constitui um projeto de longo prazo. Ela é a libertação espiritual completa, a iluminação definitiva, alcançada apenas por grandes sábios depois de percorrerem,  como Jesus, “todo o ciclo da iniciação”, um processo que envolve repetidas encarnações.

           Por outro lado, existe também uma modalidade de ressurreição que está apenas um passo à nossa frente. Podemos vivê-la em pequena escala e no estágio de desenvolvimento em que estamos.  Esse é um detalhe decisivo.  Toda longa caminhada deve começar com um primeiro e pequeno gesto feito exatamente onde o indivíduo está.  

           O primeiro passo só depende de cada um, e cada passo é sempre o primeiro da extensa caminhada. O longo ciclo das iniciações é vivido em pequena escala no dia-a-dia, porque o microcosmo reflete o macrocosmo. O Sistema solar está presente em cada átomo. O caminho do autoconhecimento encontra o seu resumo fiel  num dia de 24 horas e numa  semana de sete dias. O descanso da noite - e o final da semana -  são como a ressurreição. 

           A celebração da Páscoa – um costume seguramente pré-judaico e inter-religioso - constitui uma prova viva de que a evolução da alma se dá em comunhão com  o ciclo anual do Sol, e de que coincide com o ciclo das grandes iniciações da filosofia oriental.    

           Os ovos de Páscoa são herança dos festivais pagãos da primavera do hemisfério norte.  Eles simbolizam o renascimento da vida em toda sua variedade.  Já a presença do coelho nesse “festival de renascimento”  pertence à cultura egípcia. A lebre era símbolo da fertilidade e representava  a periodicidade dos ciclos naturais da vida. A tradição afirmava que o coelho costuma esconder ovos de Páscoa para as crianças procurarem.

           As crianças estão ligadas à Páscoa e, de fato, elas são símbolos indiscutíveis do recomeço da vida.  Internamente todo ser humano é como uma criança até o final da sua existência, porque há nele algo que está  sempre  renascendo.  Quando o indivíduo passa a ser consciente disso, ele vive  mais diretamente a primavera permanente que se oculta em cada uma das quatro estações do ano. E isso não é tudo.  Ele também vive com mais eficiência o ciclo maior das quatro idades de uma vida completa.  

           O outono simboliza a maturidade. O inverno é a velhice. A primavera é a infância, e o verão, a juventude. As quatro idades são igualmente importantes. Não basta ser como crianças para ter acesso ao reino dos céus, isto é, à consciência nirvânica. Para alcançar a iluminação e receber a bênção eterna, é preciso viver simultaneamente as quatro estações do ano a cada dia.

           Deve-se combinar a generosidade e a capacidade de aprender, que caracterizam a primavera, com a força e a coragem do verão, que simboliza a juventude.  A maturidade do outono, assim como a sabedoria e a humilde renúncia que são típicas do inverno, constituem características igualmente importantes para quem quer viver a Páscoa de modo completo.

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