quarta-feira, 30 de abril de 2014

A LÓGICA DA VIDA.




Em algum momento de nossas existências, todos nós já nos deparamos com uma série de questões de cunho existencial, tais como: quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Qual o sentido da vida? 

Os mesmos questionamentos vêm sendo repetidos ao longo dos séculos por todos os povos que já habitaram a Terra. 

Tal capacidade de nos ocuparmos com essas questões de ordem metafísica é, talvez, um dos grandes elementos que nos distinguem dos demais animais. 

Muitos de nós, não raro excessivamente envolvidos por questões cotidianas, de cunho eminentemente material, acabamos por não nos aperceber da importância de tentar compreender as razões de nossa existência, e acabamos por nos deparar com tais questionamentos apenas em momentos de crise, como, por exemplo, quando da perda de um ente querido. 

A Doutrina dos Espíritos, através da revelação das Leis universais que regem o Cosmo, assim como da interpretação e contextualização da mensagem de Jesus Cristo, tem por objetivo justamente demonstrar o quão simples, belos e lógicos são os mecanismos da existência. 

Ora, partindo do pressuposto de que não há efeito sem causa, e tendo em vista que cada um de nós é animado por forças que não podem ser consideradas materiais, é forçoso concluir pela existência daquilo que convencionamos chamar de alma ou espírito. 

Sabemos também que todos os espíritos foram criados por um princípio inteligente (Deus), em um mesmo grau de ignorância e inocência, e com os mesmos instrumentos de aperfeiçoamento, todos tendentes à perfectibilidade. 

Nesse sentido, a encarnação terrena pode ser vista como um necessário estágio pelo qual o espírito deve passar para depurar-se, corrigindo gradativamente suas imperfeições. A cada encarnação, o espírito tem novas oportunidades de caminhar mais alguns passos no sentido de seu aperfeiçoamento intelectual e moral, devendo suportar com coragem, paciência e determinação todas as limitações impostas pela matéria. 

O número de encarnações necessárias para que um dado espírito aproxime-se ao máximo da perfeição será diretamente proporcional ao bom uso que tenha feito de cada uma delas. 

Tendo isso em mente, torna-se muito mais fácil compreendermos uma série de questões, tais como as desigualdades sociais e as múltiplas oportunidades experimentadas por cada um de nós durante nossa trajetória de vida. 

Considerando-se que cada um de nós encontra-se em um diverso grau de evolução e tem distintos pontos a serem aprimorados, é perfeitamente lógico que tenhamos que passar por diferentes situações durante uma dada encarnação. 

Evidente, pois, que o grande objetivo que devemos perseguir durante nossa encarnação Terrena é o aperfeiçoamento por meio do trabalho, do estudo e do cumprimento dos deveres inerentes ao espírito, e não o simples deleite de gozos e venturas. 

Sabemos que a vida na terra é permeada por inúmeros percalços e que estamos expostos quase que diariamente a uma série de difíceis provações. Sabemos também que a própria vida em sociedade traz consigo diversas situações conflituosas, sendo, por vezes, bastante difícil conviver com esse materialismo exacerbado que permeia todas as relações sociais. 

O que se percebe quase que diariamente é uma lamentável substituição do SER pelo TER. Muitos de nós buscamos incessantemente auferir bens materiais, não importa a que custo, apenas para que possamos gozar de mais prazeres materiais. Esses sentimentos de cobiça, inveja e avareza por certo não trazem qualquer benefício em nossa trajetória espiritual. Pelo contrário! 

Contudo, devemos ter em mente que o fato de termos consciência da importância que deve ser dada às questões de ordem espiritual, não quer dizer que devamos nos afastar do convívio em sociedade e renunciar a todos os bens materiais, como o fez, por exemplo, Diógenes de Sínope na Grécia antiga. Não devemos também passar a nos dedicar exclusivamente à preces e exortações mentais – como fazem os chamados ascetas –  deixando de lado o convívio diário com os nossos semelhantes. 

A mensagem trazida pela Doutrina dos Espíritos não deve fazer com que nenhum de nós passe a viver uma vida mística, afastando-se de suas responsabilidades terrenas. Na verdade, cada um de nós deve saber viver como os homens de nosso tempo buscando sempre desempenhar nosso papel social da melhor forma. 

Não há, portanto, mal nenhum em se perseguir certos bens materiais ou determinadas posições sociais. 

Tudo isso é perfeitamente possível desde que se tenha em mente sempre um objetivo maior, de crescimento moral e voltado à caridade e ao bem do próximo. 

Seria, aliás, um enorme contra-senso querer crer que Deus nos permitiu encarnar em um dado meio social para que nos afastássemos dele e passássemos a viver reclusos. 

Aquele que esquiva-se das provas que lhe foram postas, está desperdiçando uma enorme oportunidade de aprender e evoluir, o que por certo servirá apenas para retardar sua trajetória evolutiva. 
 
Artigo escrito por  Rodrigo Fontana França
França é advogado, coordenador de grupos de estudos espírita em Curitiba e colunista da Revista SER Espírita.

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