segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

MEDIUNIDADE NO CATOLICISMO?

Mediunidade no Catolicismo ? Opinião em Tópicos - Texto para Debate


O médium católico
Muitos espíritas me escreveram, entusiasmados, convidando-me a assistir à entrevista da comunicadora Marília Gabriela com o jovem médium carioca Pedro Siqueira. O Brasil está “assim” de médiuns! A maioria deles se qualifica como espíritas ou umbandistas. Mas, Siqueira faz questão de marcar sua identidade católica, apostólica romana. Pelo que pude ver do vídeo no You Tube - http://youtu.be/oUNvKH5Waws -, ele faz jus a todos esses adjetivos que  autenticam a fidelidade à Igreja Romana. Diferentemente da maioria dos sedizentes católicos, ele pode rezar o “Creio em Deus Pai” com total coerência. Crê na Santíssima Trindade, na fecundação de Maria, sempre virgem, pelo Espírito Santo, na ressurreição da carne, no juízo final, na vida eterna (no céu ou no inferno), amém. Crê, sobretudo, na “comunhão dos santos”, uma coisa meio parecida com mediunidade, assim denominada no vocabulário romano.
Anjos, santos e demônios
Entretanto, apesar de suas crenças, tão fortes (na entrevista, diz que sua mulher ainda tem mais fé do que ele), Pedro Siqueira é, genuinamente, o que nós podemos chamar de um médium. Afinal, ninguém tem culpa por nascer com essa faculdade.   Quando ela aparece na vida de alguém, com a intensidade como ocorreu ao Pedro, não dá para segurar. Na vida dele o fenômeno eclodiu desde muito criancinha. Um “anjo da guarda” com ele brincava e o afastava, com conselhos e ações físicas, de todos os perigos. Santos lhe apareciam e lhe aparecem a todo momento. Maria Santíssima também. E tem horas que demônios o atormentam.
Se Pedro tivesse nascido numa família laica, ou espírita, ou umbandista, sua mediunidade teria sido tratada de forma diferente. A família procuraria um psicólogo que o ajudaria a administrar o fenômeno, ou o levaria a um centro espírita, a um terreiro, para desenvolver a faculdade.
O natural e o sobrenatural
Acontece que o entrevistado de Marília Gabriela nasceu em um lar católico. Aprendeu a rezar o terço desde pequeno. Daquele jeito tradicional, mesmo. Dez ave-marias, um Glória ao Pai, mais dez ave-marias, e, assim por diante. A oração, a gente sabe, predispõe o médium à comunicação com outras dimensões.  E como a casa do Pai tem muitas moradas, é natural que quem reza numa Igreja tenha percepções e vivências compatíveis com suas crenças. Um espírito protetor será um querubim ou um serafim. Uma mulher de pele alva e véu na cabeça só pode ser a mãe de Jesus. Espíritos – isso que, para nós nada mais é do que gente, vivendo, agora, em outras dimensões – passam a ser santos, anjos ou demônios. O contato com eles se revestirá da sobrenaturalidade na qual a religião aprisionou um dos fenômenos mais naturais da vida: a comunicação entre seres que se afinizam ou que têm questões a serem compartilhadas ou dirimidas.

Fé e mediunidade
Confesso que a mim não entusiasmou muito a revelação de um fenômeno genuinamente mediúnico num ambiente católico. Eles sempre ocorreram e nunca foram capazes de mudar as concepções retrógradas da teologia frente à vida. O mais das vezes só serviram para aprofundar as divergências entre religião e espiritismo, entre fé e razão. A fé não contribui para a administração natural do fenômeno da mediunidade. Sacralizando-a e sobrenaturalizando-a, os sistemas de crença terminam por descaracterizrá-la. Fé e mediunidade, decididamente, não se compatibilizam

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