terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

É ISTO QUE QUEREMOS?

AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES BRASILEIROS DE GOIÁS PRESTAM CONTINÊNCIA DENTRO DA ESCOLA SEMPRE QUE PASSAM POR UMA AUTORIDADE.

BRASIL DE VOLTA À PRÚSSIA?

Muitos dizem que bater continência, ou para usar o português correto <prestar continência> é apenas uma saudação militar como aquela do civil que usa a saudação com aperto de mão, do evangélico que cumprimenta <com a paz do Senhor>, dos hippies dos anos sessenta que faziam um V com os dedos <paz e amor> e que por aí vai.
Temos que entender que realmente a continência é um cumprimento que identifica os que se encontram, mas não podemos ser ingênuos e comparar a continência a outros gestos de identificação a um grupo de pessoas ao qual pertence. É necessário considerar que a continência é um gesto determinante de hierarquia e submissão enquanto os acima citados são significantes de identificação e igualdade.
Tendo sua origem na idade média o gesto, feito sempre com a mão direita, comunicava ao Senhor Feudal, a pronta disposição do cavaleiro para participar de uma luta ou defender as terras de seu senhor.
Até hoje este gesto é utilizado nos exércitos para que os soldados comuniquem a seus superiores que estão prontos a obedecer cegamente e de imediato as suas ordens mesmo que esta seja jogar uma bomba atômica ou exterminar uma família e é sempre uma saudação utilizada como meio de indicar a subordinação à hierarquia militar organizada no interior dos exércitos.
Nas fileiras do Exército Britânico, por voltas do século XIX, o soldado poderia executar a continência tocando seu chapéu com a ponta dos dedos ou retirando o mesmo da cabeça. Na década de 1890, em plenas minúcias da Era Vitoriana, o governo da Inglaterra decretou que a continência fosse realizada quando um subordinado estivesse portando algum tipo de boné ou chapéu.
Atualmente, a reverência militar deve ser feita em pé com a movimentação da mão direita até a cabeça. Rompendo as fronteiras da esfera militar, a continência hoje é também utilizada por facções terroristas e grupos paramilitares, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Contudo, podemos ainda falar sobre alguns casos em que se tentou desviar dessa célebre tradição para criar seu código de submissão condicionante mesmo que tal ordem fosse totalmente contra seus valores morais, materiais ou familiares. Nesta linha de raciocínio vamos encontrar na história da humanidade Adolf Hitler que aficionado pelo esplendor militar do antigo Império Romano, resolveu popularizar a continência clássica do “Ave, César” dirigido ao imperador Júlio César.
Nessa criação da continência alemã, o subordinado deveria erguer o braço direito em uma inclinação de quarenta e cinco graus juntamente a saudação sonora “Heil, Hitler”, que também era ruidosamente reproduzida por vários cidadãos alemães durante os comícios do fuhrer. Tudo em nome de salvaguardar a pátria dos judeus.
E agora, no Brasil, no estado de Goiás, as crianças e os adolescentes são obrigados a prestar continência em rígidos ambientes escolares. Tudo em nome de diminuir a violência e promover a educação. Violência que não está diminuída nos presídios do mesmo estado de Goiás que também são vigiados por policiais militares.
Os noticiários reportam que no sistema penitenciário goiano temos mais um modelo de insubordinação, pois os adultos que estão presos não se submetem às autoridades militares. Mas às crianças e aos adolescentes o que lhes sobram senão obedecer, obedecer ou obedecer.
Muitas são as vantagens da obediência  cega e imediata mas não consigo pensar em nenhuma que possa auxiliar um indivíduo a conquistar sua autonomia e cidadania pois esta obediência imediata e que se antecede só acontece pelo medo e condicionamento.
Você pode estar perguntando: Mas quais são as vantagens para o submisso que se coloca frente ao superior para obedecê-lo a qualquer preço?
Uma das vantagens é a ausência da culpa e da responsabilidade por parte do submisso. Ele não precisa se preocupar com as consequências de seus atos pois apenas ele obedeceu ordens superiores e "manda quem pode, obedece quem tem juízo".
Se responsabilizar pelas consequências de seus atos só acontece em ambientes onde se participa da decisão dos direitos e deveres.
Outra vantagem é que não há necessidade de observar, analisar, comparar e tomar decisão, uma vez que a decisão é tomada pelo superior e ao submisso basta a obediência.
Outra vantagem psíquica é que sempre haverá, nas horas difíceis, que procurar algum superior a lhe dar ordens, pois sua capacidade de pensar fica obscurecida por sua necessidade de cumprir ordens.
Agora, termino este artigo de repúdio à invasão militar ditatorial no sistema escolar público e que deveria ser gratuito do estado de Goiás perguntando:
__“Quem não assume a responsabilidade  de seus atos, quem não exercita o risco de errar, quem não se acostuma a pensar, analisar e tomar decisões pode - de um momento para o outro - tornar-se um adulto cidadão pensante, votante e atuante em um sistema democrático? Ou será que encaminhamos nossas crianças e adolescentes para uma ditadura?"

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