sexta-feira, 22 de novembro de 2013

NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA.

Material reciclável se transforma em sala de leitura

Diário do Sudoeste - 14/10/13
Sala de Leitura Pato Branco

Foi ainda no início do mês de setembro que foi anunciado o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil de 2012 pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Nele é possível constatar que 51,4% do material coletado são matéria orgânica; 13,5% plástico; 13,1% papel, papelão e tetra pak; 2,9% são metais; 2,4% dos resíduos são vidro; e 16,7% são outros materiais.

Porém, estudos como esse somente são possíveis com maior clareza e riqueza de dados quando a comunidade está envolvida na destinação correta das embalagens.

Morador do Bairro Planalto, em Pato Branco/PR, há mais de 20 anos, o policial aposentado Fernande Gasparetto é uma de tantas "formigas" que fazem um trabalho sem muito alarde, mas pensando no bem coletivo.

Gasparetto conta que o primeiro convite para trabalhar com o projeto na Escola Municipal do Bairro Planalto aconteceu ainda em 2012. "Recebi o convite no ano passado ainda quando o professor Natan Bertol estava à frente da diretoria do colégio. Ele me falou que o projeto teria a participação dos pais, alunos e professores e que queria envolver a comunidade do bairro, voltando a reciclagem à sensibilização de todos", explicou o hoje voluntário que no passado recusou o convite, mas que meses mais tarde reviu sua posição.

Orgulhoso do projeto social que participa, Gasparetto relata que desde a implantação do programa uma série de mudanças já podem ser sentidas na comunidade. "Com o passar dos meses começamos a observar um crescimento também na participação dos pais. Se antes eles mandavam pelos filhos o material reciclável, eles passaram a acompanhar os filhos os ajudando na entrega também", disse.

Segundo ele, não somente os pais mas também moradores do bairro que não possuem filhos estudando na escola contribuem com a destinação correta dos materiais, sendo que alguns levam todas as segundas-feiras (data estipulada para o recolhimento das embalagens) o material e outros entram em contato comunicando terem recicláveis para doação.

Com uma rotina bastante árdua de coleta e separação de material, Gasperetto não reclama. "Mesmo sendo um serviço pesado, que no final do dia se sente a canseira, o trabalho é bastante satisfatório", afirma.

Tipos coletados

Conforme Gasparetto todos os tipos de materiais recicláveis são recebidos na escola. "Recebemos tudo o que pode ser reciclado: papel, papelão, plástico, pet, ferro, metal, latinhas de alumínio, enfim, todos os tipos que podem ser reciclados nós recebemos".

Ele também relata uma mudança comportamental desde a implantação do programa. "No início tivemos certa dificuldade até todos terem conhecimento do que pode ser reciclado", disse ele, completando "mas agora as embalagens já vêm limpas, o que facilita muito o trabalho".

O bairro

Vencendo as grades que separam o ambiente escolar do restante do bairro, o reflexo do projeto pode ser visto pelas quadras do maior bairro de Pato Branco. "O bairro está muito limpo. Até mesmo famílias que não possuem alunos estudando na escola nos procuram para contribuir", observa Gasparetto.

Conforme o voluntário, da mesma forma que existem pessoas que entregam os materiais na escola existem aquelas que após comunicarem que têm material armazenado recebem uma visita do aposentado.

O lixo que ensina

Como continuidade do trabalho realizado em 2012, as atividades de coleta de material reciclável continuam, porém neste ano com um novo objetivo, o de ser implantada uma sala de literatura na escola.

De acordo com a diretora Ivone Derkoski todas as turmas estão envolvidas na coleta dos materiais, que serão vendidos e transformados em carteiras, livros, almofadas e outros. "A ideia da sala de literatura é simples. Estamos promovendo uma gincana entre as turmas, em que a turma que trazer maior quantidade material reciclado para o colégio será premiada", explicou a diretora.

Avaliando o fruto de horas de separação de material reciclável, Gasparetto declara: "só tenho a agradecer as pessoas que separam o material e contribuem com o projeto. Quando existe um propósito e há outras pessoas que também querem ajudar não é difícil de fazer".

Quanto à escolha da destinação dos recursos, o voluntário se diz bastante favorável, mesmo não interferindo na escolha de onde os valores são aplicados. "A sala de literatura será sem sombra de dúvidas também mais um espaço de consulta. Meu desejo como voluntário é que esses recursos sejam bem utilizados pelos estudantes e que todos venham a se beneficiar desse espaço".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

VENDO ECOSPORT 2.0 CÔR PRETA

 VENDE-SE Veículo ECOSPORT 2.0 ANO 2007 FORD   -  CÔR PRETA KM: 160.000 R$35.000,00 Contato: 9.8848.1380

Popular Posts