Uma pesquisa inédita feita pela Câmara Mineira do Livro (CML) mostra que Poços de Caldas (MG) é a cidade que mais lê no Estado de Minas Gerais.
Com um índice de  9,78 livros lidos por pessoa durante o último ano está o dobro acima da média nacional, que é de 3,6 livros lidos por pessoa nos últimos 12 meses .
O estudo indica que, quanto à natureza das demandas para leitura, destacam-se a Bíblia, obras de literatura, livros esotéricos e religiosos, didáticos e universitários, seguidos por histórias em quadrinhos e títulos de poesia. Os livros infantis são lidos por 35% dos entrevistados, enquanto os juvenis, por cerca de 45%. Outro indicador interessante refere-se à leitura de textos escolares, prática realizada por 47,83% da população. Por fim, 15% dizem ler em formato eletrônico.
Ao todo, foram entrevistas 1,1 mil pessoas entre 10 de março e 20 de junho deste ano em oito cidades de porte médio e entre elas, Poços de Caldas é a que apresenta o maior número de livros lidos nos últimos 12 meses. Para a Câmara Mineira do Livro, esse é o reflexo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade, que ficou na faixa de 0,779 de acordo com a última pesquisa, bem como o investimento em educação, já que o município tem 94 escolas públicas particulares e 52 bibliotecas dentro delas, além de três bibliotecas municipais, três universidades públicas e seis particulares.
Um exemplo é a estudante Laís Tavares, que não abre mão de aproveitar os minutos livres para ler. “O livro se torna um companheiro, é bom para tranquilizar e quando encontramos algo bom para ler é ótimo para a vida. Eu viajo”, disse.
Assim como ela, a estudante Sabrina Carvalho também  representa a realidade. O hábito da leitura começou na adolescência e ela já acumula mais de 300 livros. Somente neste ano ela leu mais de 30 livros. “Ler para mim representa a vivência próxima a eles. Eu gosto de literatura marginal e política e isso me faz estar ativa na sociedade, próxima ao conhecimento”, pontuou.
Incentivo à leitura nas escolas 
Em uma das escolas da cidade, estudantes participam de um projeto de incentivo à leitura. Segundo a professora Cleonice Souza Santos, eles são incentivados a frequentar a biblioteca durante as aulas de português. “Eles trabalham a leitura para melhorar interpretação, vocabulário e são instruídos a levar livros para a casa e partilhar as histórias com a família”, destacou.
Para a estudante Giovana Martins, de 10 anos, as melhores leituras são as histórias de terror e as pessoas. “Ler é especial. A gente aprende cada vez mais”, disse.
Biblioteca Móvel 
Além das bibliotecas da cidade, o município dispõe de uma biblioteca móvel com mais de dois mil livros, montada dentro de um ônibus que percorre diferentes bairros da cidade onde não existem bibliotecas. Outra atividade desenvolvida dentro da biblioteca é a “Hora do Conto”, em que contadores de histórias interagem com a população da região.
De acordo com a coordenadora das bibliotecas públicas da cidade, Ângela Nogueira, a biblioteca móvel oferece também empréstimos. “Nós vamos onde não tem bibliotecas e as pessoas podem vir até nós ou mesmo levar o livro para casa e devolver quando retornamos”, disse.
Ainda segundo ela, os bairros são visitados a partir de um roteiro, a partir das regiões Sul, Leste e Oeste da cidade. “A biblioteca móvel fica pelo menos uma semana em cada uma das regiões e promovemos também oficinas dentro do ônibus. Além da leitura, as pessoas podem participar dessas atividades”, contou.
Outros municípios 
Entre os municípios, o que apresenta o melhor índice de leitura é Juiz de Fora (MG), com 8,14 livros por ano. A cidade tem também 372 escolas públicas e particulares e 268 bibliotecas escolares. Na sequência aparece Divinópolis (MG), com a média de 7,34 livros lidos nos últimos 12 meses. Montes Claros (MG) tem média de 6,42 livros lidos. Já Teófilo Otoni teve 6,17 livros lidos por pessoa. Em Uberlândia (MG) a média é de 5,03 livros.
De acordo com a pesquisa, os índices mais baixos foram em Patos de Minas (MG), com 4,71 livros e Governador Valadares (MG), com 4,78 livros lidos.
A pesquisa foi realizada pela CML com recursos do Fundo Estadual de Cultura, administrado pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais (SEC-MG).