terça-feira, 31 de dezembro de 2013

DICA DE LEITURA - CÉSAR CIELO

César Cielo (campeão olímpico)

Fonte: Blog do Galeno.

Lair Ribeiro - O Sucesso Não Ocorre por Acaso - Moderna


O livro favorito do nadador, ganhador do ouro nos 50 metros livre nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, é um best-seller que já foi lançado em vários idiomas. A obra busca mostrar a diferença entre as pessoas bem sucedidas e aquelas que batalham toda uma vida sem alcançar o êxito desejado.

MELHOR FORMA PARA MANTER A MENTE ATIVA.

Ler bons livros: melhor forma para manter a mente ativa

Revista Digital Oásis 


Se você for um leitor voraz, sua mente não será a única beneficiária. Os efeitos positivos do hábito da leitura provavelmente recairão também sobre os seus amigos e seus familiares. Ler, particularmente livros de narrativa, pode melhorar nossa capacidade empática, como demonstra recente estudo norte-americano.

A habilidade de se conectar com as emoções dos outros, intuindo as suas convicções e antecipando os seus desejos, é conhecida como importante teoria da mente. Alguns pesquisadores da New School for Social Research em Nova York quiseram verificar se a experiência de leitura de situações literárias desenvolvidas em romances com personagens complexos e de personalidade multifacetada efetivamente melhora a nossa capacidade de entrar na pele do próximo.
Os cientistas recrutaram três grupos de voluntários que se dedicaram a três tarefas diversas: o primeiro grupo teve de ler textos narrativos de alta qualidade, todos eles agraciados com o prestigioso prêmio literário norte-americano National Book Award; o segundo teve de ler trechos de bestsellers vendidos online (histórias com personagens bastante "rasos" inseridos em situações de sabor popular e mundano); ao terceiro grupo nada foi dado para ler.
A todos, depois, foi solicitado identificar as emoções escondidas atrás de algumas expressões faciais: um teste de empatia no qual os que tinham lido romances mais "empenhados" obtiveram claramente os melhores resultados.

Os livros são necessários

O estudo dos resultados estimulantes deixou, no entanto, algumas dúvidas em suspenso: quais são, por exemplo, as situações contidas no fio narrativo que fazem – realmente – a diferença? Pode ser, perguntam alguns pesquisadores, que se trate simplesmenteforma para manter a mente ativa do maior esforço cognitivo empregado para enfrentar uma leitura "culta" o fator que incrementa também as capacidades relacionais.
A pesquisa, de qualquer modo, ressalta a importância de se viver no seio de uma comunidade que promova a leitura. Ler, sem dúvida, melhora as capacidades empáticas da pessoa.

Os "ratos de biblioteca" permanecem jovens

Outra importante pesquisa, também norte-americana, soma-se à que foi comentada acima e demonstra que a leitura e a escritura mantêm à distância o espectro da deterioração cognitiva.
Confirma-se pela enésima vez que a natureza não perdoa: no mundo natural, que é o mundo em que vivemos, tudo aquilo que não é usado apodrece ou se deteriora. No plano humano, essa verdade vale para todos os níveis da nossa existência: físico, sexual, emocional, mental, etc.
Se para evitar a deterioração do corpo físico existem as longas caminhadas, as piscinas, a ioga e a ginástica, para manter o cérebro em ação e bem treinado nada é melhor do que a prática diária da leitura e da escritura. O hábito de desafiar o cérebro com atividades estimulantes afasta e retarda o surgimento dos processos de declínio cognitivo. Isto é o que revela um amplo estudo norte-americano publicado na revista Neurology. Esses resultados confirmam aquilo que o senso comum já conhece há muito tempo.

Pensamento e memória

O estudo foi desenvolvido por um grupo de pesquisadores do Rush University Medical Center de Chicago. Esses neurocientistas monitoraram, através de uma bateria de testes, as atividades de pensamento e memória de 294 indivíduos de idade avançada. Os voluntários, que foram seguidos durante cerca de 6 anos, tiveram de responder um questionário a respeito dos seus hábitos de leitura e de escritura durante a juventude, a idade adulta e a velhice.
Depois da morte dos voluntários, acontecida a uma idade média de 89 anos, os cientistas examinaram através de uma autopsia os seus cérebros para identificar sinais fisiológicos de demência, como lesões, placas e aglomerados neurofibrilares (depósitos proteicos que se acumulam sobre as fibras nervosas). Tais anomalias são muito comuns em pessoas de idade avançada e podem causar importantes déficits de memória e de cognição.
Nos pacientes que sofrem de Mal de Alzheimer essas placas, devido a uma proteína chamada betamiloide, se depositam progressivamente sobre os neurônios tornando-os incapazes de transmitir impulsos. Alguns pesquisadores creem que esse mesmo processo pode ser uma das causas prováveis de doenças escleróticas e autoimunes como a esclerose múltipla.

Diferenças impressionantes

Os pacientes acostumados às atividades intelectivas mostraram uma taxa de declínio cognitivo 15% mais lenta em relação a quem cultivou menos os hábitos de ler e escrever.
Em particular, ficou evidente que manter um alto ritmo de leitura até mesmo em idades avançadas reduz o declínio da memória de 32% em relação à norma. Quem, ao contrário, abandona (ou quase abandona) o hábito de ler e escrever com o passar dos anos, corre o risco de uma piora da memória 48% mais rápida do que os que se mantêm ativos e em treinamento. Os dados foram ajustados também com base nas diversas quantidades de placas e aglomerados encontrados durante as autopsias. Em outras palavras, ao lado dos fatores físicos que causam demência senil, calculou-se também o peso da atividade cognitiva na prevenção e deterioração das faculdades cerebrais.
"A pesquisa confirma que tudo aquilo que, instintivamente, os muitos familiares proporcionam a seus doentes de Alzheimer funciona realmente para impedir ou retardar o avanço da doença", comenta a médica Patrizia Spadin, presidente da Associação Italiana para a Doença de Alzheimer. "Claro – continua Patrizia Spadin – a atividade 'formal' de reabilitação cognitiva conduz a resultados mensuráveis e comprovados. Mas também encontrar-se com amigos, dar um passeio, viajar, praticar um esporte, ler um bom livro, fazer palavras cruzadas e comer de modo sadio, além de influenciar positivamente o estado de humor, beneficia as células cerebrais e, portanto, a mente. Para quem se sente impotente em face de uma doença tão devastadora como a demência, é fundamental saber que essas armas existem, funcionam e devem ser usadas na batalha contra a deterioração cognitiva. 

FELIZ 2014.

Feliz 2014 ao III Manifesto pela Educação!

Recordações de 2013, desejos e anseios para 2014 são pensamentos que nos vêm à cabeça nesta época de virada de ano.
Hoje, último dia do ano, acordei com estas reflexões em minha cabeça e vou compartilhar com vocês a listagem que fiz sobre a trajetória e o futuro do III Manifesto.
2013 foi o ano em que nasceu o III Manifesto pela Educação mais precisamente dia 1 de outubro.
Como todo filho bem-vindo ele foi intensamente planejado ao longo de 2 anos por pais carinhosos, cuidadosos, sonhadores e operantes: Românticos Conspiradores.
De conspiração em conspiração, o III Manifesto teve sua gestação – abril a setembro - intensivamente acompanhada por quase 200 pessoas via net e por encontros presenciais em duas “clínicas” especialistas em educação: Escola Municipal de Ensino Fundamental Amorim Lima/Butantã/São Paulo capital e Instituto Pandavas em Monteiro Lobato/SP.
Como local de parto foi escolhido a casa do Prof. Pacheco em Cotia/SP. Lá chegamos com a mala cheia de várias roupagens: quase sessenta páginas de registro de quarenta e tantos itens discutidos; versões sintetizadas em 12, 8, 4 folhas. Juntamente a este material uma grande preocupação em cuidar para que nesta síntese as características essenciais não se perdessem.
Oh! Parto difícil! Mas finalmente a criança nasceu. Peladinha! Mas com um corpo considerado perfeito: Na cabeça uma folha de petição, com um pescoço cheinho de denúncias da sofrida e doente educação brasileira. No corpo anunciando 19 indicativos de qualidade e nos pés uma carta de princípios que norteou cada palavra registrada em seu DNA.
Ao todo a criança nasceu com 8 folhas! Urgia que colocássemos roupa para que ela fosse apresentada a todos.
Um grupo de padrinhos e madrinhas – Frente de Espraiamento e Divulgação do III Manifesto - esperava ansioso para ver a cara da criança e em diferentes hangouts e e-mails um margeou o documento, outro colocou-lhe um pensamento do mestre maior Paulo Freire, outro a logomarca e finalmente a criança estava vestida e bonitinha para ser apresentada.
O primeiro local foi no www.curto.co/3manifesto

FAXINA DA ALMA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - 31.12.2013

QUER UMA MANEIRA MELHOR, PARA DESEJAR UM FELIZ 2014?

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

DICA DE LEITURA - GUSTAVO FRANCO

Gustavo Franco (economista)

Fonte:Blog do Galeno

Fiódor Dostoiévski - Os Irmãos Karamazov - Várias editoras


O livro preferido do ex-presidente do Banco Central data de 1879 e é uma das mais importantes obras da literatura mundial. O texto narra um caso de parricídio num ambiente permeado pela ausência e, ao mesmo tempo, pela contradição de valores. “Li ainda garoto e nunca me recuperei desta fascinação”, diz.

30.12.2013

O mineirinho de Passos, SELTON MELO comemorando hoje 41 anos de vida.

ELOGIE DO JEITO CERTO.

Elogie do jeito Certo


este artigo foi escrito por Marcos Meier*

Recentemente um grupo de crianças pequenas passou por um teste muito interessante. Psicólogos propuseram uma tarefa de média dificuldade, mas que as crianças executariam sem grandes problemas. Todas conseguiram terminar a tarefa depois de certo tempo. Em seguida, foram divididas em dois grupos.

O grupo A foi elogiado quanto à inteligência. “Uau, como você é inteligente!”, “Que esperta que você é!”, “Menino, que orgulho de ver o quanto você é genial!” ... e outros elogios à capacidade de cada
criança.

O grupo B foi elogiado quanto ao esforço. “Menina, gostei de ver o quanto você se dedicou na tarefa!”, “Menino, que legal ter visto seu esforço!”, “Uau, que persistência você mostrou. Tentou, tentou, até
conseguir, muito bem!” ... e outros elogios relacionados ao trabalho realizado e não à criança em si.

Depois dessa fase, uma nova tarefa de dificuldade equivalente à primeira foi proposta aos dois grupos de crianças. Elas não eram obrigadas a cumprir a tarefa, podiam escolher se queriam ou não, sem
qualquer tipo de consequência.

As respostas das crianças surpreenderam. A grande maioria das crianças do grupo A simplesmente recusou a segunda tarefa. As crianças não queriam nem tentar. Por outro lado, quase todas as crianças do grupo B aceitaram tentar. Não recusaram a nova tarefa.
A explicação é simples e nos ajuda a compreender como elogiar nossos filhos e nossos alunos. O ser humano foge de experiências que possam ser desagradáveis. As crianças “inteligentes” não querem o sentimento de frustração de não conseguir realizar uma tarefa, pois isso pode modificar a imagem que os adultos têm delas. “Se eu não conseguir, eles não vão mais dizer que sou inteligente”.

As “esforçadas” não ficam com medo de tentar, pois mesmo que não consigam é o esforço que será elogiado. Nós sabemos de muitos casos de jovens considerados inteligentes não passarem no vestibular, enquanto aqueles jovens “médios” obterem a vitória. Os inteligentes confiaram demais em sua capacidade e deixaram de se preparar adequadamente. Os outros sabiam que se não tivessem um excelente preparo não seriam aprovados e, justamente por isso, estudaram mais, resolveram mais exercícios, leram e se aprofundaram melhor em cada uma das disciplinas.

No entanto, isso não é tudo. Além dos conteúdos escolares, nossos filhos precisam aprender valores, princípios e ética. Precisam respeitar as diferenças, lutar contra o preconceito, adquirir hábitos saudáveis e construir amizades sólidas.

Não se consegue nada disso por meio de elogios frágeis, focados no ego de cada um. É preciso que
sejam incentivados constantemente a agir assim.

Isso se faz com elogios, feedbacks e incentivos ao comportamento esperado.

Nossos filhos precisam ouvir frases como:

“Que bom que você o ajudou, você tem um bom coração”,

“parabéns meu filho por ter dito a verdade apesar de estar com medo... você é ético”,

“filha, fiquei orgulhoso de você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de tê-la excluído
como algumas colegas fizeram... você é solidária”,

“isso mesmo filho, deixar seu primo brincar com seu video game foi muito legal, você é um bom amigo”.

Elogios desse tipo estão fundamentados em ações reais e reforçam o comportamento da criança que tenderá a repeti-los.

Isso não é “tática” paterna, é incentivo real.

Por outro lado, elogiar superficialidades é uma tendência atual.

“Que linda você é amor”,

“acho você muito esperto meu filho”,

“Como você é charmoso”,

“que cabelo lindo”,

“seus olhos são tão bonitos”.

Elogios como esses não estão baseados em fatos, nem em comportamentos, nem em atitudes. São apenas impressões e interpretações dos adultos. Em breve, crianças como essas estarão fazendo chantagens emocionais, birras, manhas e “charminhos”.

Quando adultos, não terão desenvolvido resistência à frustração e a fragilidade emocional estará presente.

Homens e mulheres de personalidade forte e saudável são como carvalhos que crescem nas encostas de montanhas. Os ventos não os derrubam, pois cresceram na presença deles. São frondosos, copas grandes e o verde de suas folhas mostra vigor, pois se alimentaram da terra fértil.

Que nossos filhos recebam o vento e a terra adubada por nossa postura firme e carinhosa.

* Marcos Meier é psicólogo, professor de Matemática e mestre em Educação. Especialista na teoria da Modificabilidade Estrutural Cognitiva de Reuven Feuerstein, em Israel. Também conhecida como
teoria da Mediação da Aprendizagem. 

domingo, 29 de dezembro de 2013

DICA DE LEITURA - ÍSIS VALVERDE

Ísis Valverde (atriz)

Fonte: Blog do Galeno

Paulo Coelho - O Alquimista - Rocco


Mais famoso dos livros lançados pelo escritor brasileiro, a obra favorita da atriz narra a história de um jovem pastor que, após ter um sonho repetido, decide partir impulsionado pelo desejo de encontrar um tesouro.

LEITURA DIGITAL NÃO SUBSTITUI A DE LIVROS EM PAPEL.

Leitura digital não substituiu a de livros em papel

Notícias ao Minuto 
Leitura Digital Estudo

Algumas conclusões do estudo, iniciado em 2011, foram apresentadas na Conferência Internacional de Educação, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, pelo investigador Gustavo Cardoso.

O estudo foi desenvolvido pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) e tem por base um inquérito feito em 16 países, incluindo Portugal, "sobre o que significa ler" na atualidade e como é que os utilizadores de Internet leem em papel e em digital.

No caso de Portugal, a existência de grandes leitores em formato digital ainda é "incipiente", quando comparada com os restantes países incluídos no inquérito.

Apenas dez por cento dos inquiridos portugueses disseram ter lido mais de oito livros em formato digital ao longo do último ano, quando a amostra global do inquérito se situou nos 30 por cento.

"Tentou-se mapear a mudança. Como é que as pessoas estão a ler hoje, por via de terem adotado, como forma de leitura, os ecrãs. Quais são as tendências de transformação que estão a tocar as bibliotecas e a relação com este tipo de leitores", antecipou Gustavo Cardoso, aos jornalistas.

No que toca ao mercado livreiro, o investigador referiu que em Portugal "quem está no setor joga à defesa" quando se fala em investimento no livro digital, e que não existe "uma estratégia comum a todos os editores".

O inquérito internacional permitiu também concluir que a leitura em digital, em múltiplos suportes -- telemóveis, 'tablets', computadores - coexiste com a leitura em papel e que o objeto de leitura inclui, além de livros e jornais, textos em blogues, correio eletrónico ou mensagens partilhadas em redes sociais.

Segundo os investigadores do CIES, quem mais lê em digital também é quem lê mais em papel e o leitor atual "lê, escreve e partilha" perante uma comunidade.

O inquérito internacional revela ainda que os que dizem ler livros em formato digital têm um maior nível de escolaridade e relacionam leitura e prazer mais com livros em papel do que em digital.

Os dados permitem ainda verificar que ler livros e jornais em digital é uma atividade tão individualizada quanto a leitura em papel e que os leitores do digital valorizam, por exemplo, a possibilidade de aceder a um motor de busca para pesquisas.

O inquérito foi realizado em países como China, Índia, Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Brasil, México, África do Sul, Egito e Austrália.

Os dados estatísticos permitem perceber, por exemplo, que no Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul há mais leitores que já leram um livro em digital (79 por cento) do que na Europa (43 por cento, Alemanha, França, Itália, Espanha, Reino Unido e Portugal).

O projeto, cujos dados totais deverão ser disponibilizados no final do ano, foi coordenado pelo sociólogo Gustavo Cardoso, no CIES do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian. Da equipa de investigadores chegou a fazer parte Jorge Barreto Xavier, atual secretário de Estado da Cultura.

ACORDA BRASIL!!!

A LUZ QUE SE APAGA E A ESCURIDÃO QUE SE APROXIMA

Carlos Chagas

Confirmam amigos chegados ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa: ele pedirá aposentadoria antes de ser sucedido, em abril do próximo ano, pelo ministro Ricardo Lewandowski, na direção maior do Poder Judiciário. Motivo: o desmonte do  mensalão,  que começará logo depois da mudança na presidência da mais alta corte nacional de Justiça.
Como? Através de manobra já engendrada pelo PT e pelos advogados dos mensaleiros, com a aquiescência de Lewadowski, que permitirá a REVISÃO dos processos onde foram condenados 25 implicados num dos maiores escândalos da história da República. Estaria tudo coordenado, apenas aguardando a mudança da guarda.  Apesar de a revisão de processos constituir-se em exceção na vida dos tribunais, pois acontece apenas com o surgimento de fatos novos no histórico das condenações, já estariam em fase de elaboração os recursos de quase todos  os hoje condenados, a cargo de advogados regiamente remunerados, junto com outros ideologicamente afinados com o poder reinante.
Nada aconteceria à margem de discussões e entreveros jurídicos, mas a conspiração atinge a composição atual do Supremo Tribunal Federal. E a futura, também. O término do mandato de Joaquim Barbosa na presidência da Corte Suprema marcaria a abertura das comportas para a libertação dos criminosos  postos atrás das grades e daqueles que se encaminham para lá.
Joaquim Barbosa não estaria disposto  a assistir tamanha reviravolta, muito menos a ser voto vencido diante dela. Assim,  prepara seu desembarque. Pelo que se ouve, não haverá hipótese de mudar a decisão já tomada, mesmo ignorando-se se aceitará ou não transmudar-se para a política e aceitar algum convite para candidatar-se às eleições de outubro. Tem até abril para decidir, apesar das múltiplas sondagens recebidas  de diversos partidos para disputar a presidência da República.
A informação mostra como são efêmeros os caminhos da vida pública. Até  agora vencedor inconteste na luta contra a corrupção, reconhecido nacionalmente, Joaquim Barbosa pressente a curva no caminho, não propriamente dele, mas dos mesmos de sempre, aqueles que conseguem fazer prevalecer a impunidade sempre que não se trata de punir ladrões de galinha.
Afinal, alguns meses de  cadeia podem machucar, mas se logo depois forem revogados através de revisões patrocinadas pelas estruturas jurídicas postas a serviço das elites, terão passado como simples pesadelos desfeitos ao amanhecer.  Não faltarão vozes para transformar bandidos em heróis.  A reação do ainda presidente do Supremo de  aposentar-se ficará como mais  um protesto da luz   que se apaga contra a escuridão que se aproxima.
O IMPERATIVO CATEGÓRICO
Enquanto esse horror não se configura, seria bom meditar sobre o sentimento ético. Pode-se ceder diante do império das circunstâncias, Mas existe entre nós, indivíduos e nações, o imperativo categórico de que falava Kant, o incondicional comando de nossa consciência para agir como se a máxima de nossa ação fosse tornar-se uma lei universal da natureza.  Há que evitar  o comportamento que, se adotado por todos, tornaria a vida social impossível. Embora possamos adotar a mentira, não  poderemos aceitá-la como alternativa.
Uma decisão da Justiça não é boa porque trás bons resultados, nem mesmo porque é sábia, mas porque é feita em obediência ao senso do dever e em consonância com o imperativo categórico. Ética não é a doutrina de nos fazer felizes, mas de tornar-nos dignos da felicidade. Qualquer ladrão poderá triunfar se conseguir roubar o bastante?

sábado, 28 de dezembro de 2013

GRUPO BENFAZEJO

Uma agradável surpresa na área musical em Campanha. Conheci na semana passada esta rapaziada do GRUPO BENFAZEJO, tocando samba, pagode e MPB. 
Só os vi tocando uma vez mas, gostei muito. A rapaziada estava iluminada naquele dia.
Valdir no tan tan, Anderson no pandeiro, Rauber no rebolo e vocalista, Sidney no cavaco, Sérgio violão e voz, e David no violão.
Se quiserem animar a sua festa, entre em contato com o Sérgio 35-9917.3681 e fique tranquilo.

DICAS DE FILMES.

Um verdadeiro presente de Natal.
Se você tem um pedacinho de terra em sua casa, pode copiar.
As coisas boas são parem serem copiadas.

http://www.youtube.com/watch?v=Qs3b0E8FZFw

29.12.2013

Um dos maiores pintores do Brasil, completaria hoje 110 anos de vida, CÂNDIDO TORQUATO PORTINARI.

"MANDA QUEM PODE, OBEDECE QUEM TEM JUIZO." Ely Paschoalick

“MANDA QUEM PODE. OBEDECE QUEM TEM JUÍZO.”


              Este artigo foi Publicado na coluna educação do portal uipi- 01-06-2013

Ely Paschoalick comenta sobre como os adultos afetivamentes ligados à criança passam para ela a mensagem de: NÃO PENSE! SEJA TÍMIDO! FIQUE NA SUA! NÃO QUESTIONE!
           
                              Quando os pais praticam uma autoridade inquestionável “Manda quem pode. Obedece quem tem juízo.” Os filhos são estimulados a bem se comportar pelo medo de ser abandonado, repudiado, rejeitado ou castigado por seus familiares.
                  
                           Frente a este medo o filho demonstra-se obediente e aparentemente tudo está bem em relação ao comportamento e à obediência porém é comum que neste caso os filhos passem a ter um comportamento de não pensar sobre o que está acontecendo à sua volta, não pensar sobre aquilo que lhe explicam e não pensar sobre as causas e conseqüências de seus atos.




                    Motivados pelo medo os filhos podem desenvolver comportamentos extremista: por um lado muito sem vergonha, procurando sempre uma encrenca (destemor); ou por outro lado um comportamento distraído, introspectivo e tímido (temor). Em ambos os casos, apesar de ter potencialidade intelectual, esta pouca estimulação para pensar e o condicionamento de obedecer frente ao medo reflete negativamente, com certeza, em seu desempenho escolar.

                   O sucesso escolar durante o ano é sempre inferior a capacidade total do indivíduo e, para surpresa de todos, nos exames finais de última chance o aluno obtém sucesso total. Isto acontece pois o indivíduo aprendeu a reagir positivamente mediante grandes pressões de medo.

                  O pior é que geralmente os professores e os familiares comentarão:__"Inteligente ele é mas é vagabundo, sem vergonha e preguiçoso. Quando ele quer ele consegue!".

                    Tais comentários só servirão de alimentadores para que a pessoa continue só reagindo positivamente frente ao medo e antes do medo aparecer ficar na letargia de nada fazer.

                     A mensagem “NÃO PENSE” pode também ser obedecida pela criança que percebe algo diferente no comportamento dos pais ou familiares e estes lhes garante que nada está acontecendo ou o que é pior, mentem no intuito de esconder dele a realidade dos fatos. Alguns escondem a morte de parentes, doenças graves de algum membro, separação do casal...

                  A mensagem “NÃO PENSE” pode também ser transmitida ao filho por pais que sempre os estão afastando das conversas e não tendo tempo para responder seus questionamentos.

                   A mensagem “NÃO PENSE” ou a mensagem "você é capaz de pensar", assim como outras mensagens que formam a auto-estima do indivíduo, são passadas para os menores de 12 anos, por pessoas afetivamente ligadas a eles das quais eles dependem fisicamente, materialmente ou emocionalmente.

                  Também é importante realçar que tais mensagens não são passadas claramente pelo emissor (pai, mãe, professor, avó, vizinha...) elas são passadas no inconsciente sem necessidade alguma de palavras, pois elas são percebidas pelas crianças e jovens através da percepcao das posturas corporais de seus pais, de suas expressões faciais, do tom e entoação de voz, dos gestos e atitudes.

                  É interessante que os pais saibam e fiquem atentos ao fato que o simples falar com o filho, explicar o porque, conversar com ele, chamá-lo à consciência dos atos, não garantem a obediência.  Porém, falar detalhadamente, explicar o porquê é o caminho para estimular o pensar e o refletir do filho.



                 Os pais que TROCAM PONTOS DE VISTA COM OS FILHOS, os pais que orientam o filho em direção a tomar e respeitar decisões estão desenvolvendo com seus filhos o autocontrole, a persistência, a disciplina e o pensar: fatores fundamentais nas estratégias eficazes para enfrentar crises e dificuldades.
 
                 Só sabe tomar decisões assertivas aquele que sabe respeitar decisões.

                  Estabelecer limites é envolver o filho com idéias e ações.  Praticar autoridade inquestionável "Manda quem pode obedece quem tem juízo", castigar na raiva, gritar, xingar, ameaçar (seja cumprindo ou não cumprindo) são maneiras de romper a confiança entre pais e filhos e levar o filho a acreditar que é melhor não pensar, não questionar, para viver em paz.

DICA DE LEITURA - TIAGO PEREIRA.

Thiago Pereira (nadador)

Ernesto Rodrigues - Ayrton: o Herói Revelado - Objetiva

O livro da vida do campeão das piscinas é a biografia do tricampeão mundial de Fórmula 1 Ayrton Senna. Fruto de mais de 200 entrevistas, o obra recupera, num relato vibrante e arrebatador, a trajetória de um dos maiores ídolos de todos os tempos

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

CONTINUAÇÃO DO HISTÓRICO SOBRE EDUCAÇÃO...

Algumas frases que me chamaram a atenção, entre tantas desse grande pensador:
"(...) não estamos no começo do fim, estamos no fim do começo."
"Educação não é sinônimo de escolarização. Educação é tarefa da família, a tarefa da escola é escolarização."
Paulo Freire dizia que a prática de pensar a prática é a única maneira de pensar certo. Marx tem uma frase que acho definitiva, “o único critério de verdade é a prática”

Continuação da entrevista com o filósofo Mario Sergio Cortella

Por Glauco Faria e Renato Rovai
Fórum – Dentro da estruturação desse projeto, desde a ditadura e que se estendeu na redemocratização, como ficou o papel do professor?
Cortella – No início dos anos 1960, pegando-se uma década que teve turbulência em muitos momentos, grandes sonhos até 1964, grandes pesadelos a partir dele, o ressurgimento do sonho em 1968, tivemos muitas utopias elevadas e outras esmagadas. Ali se tinha o professor de escola pública como um profissional de alta qualificação, com um salário que equivaleria hoje, no inicial, a por volta de R$ 6 mil. Mas é preciso lembrar que essa escola era para pouca gente, tanto para as elites como para as camadas pobres que viviam nas cidades junto com as elites. Daí dizem que no passado o filho da empregada estudava junto com o filho do médico. Mas era só um médico e a empregada dele, não as não-empregadas que não estudavam, era outra lógica.
Dentro disso, essa década traz uma posição do professor que era mais valorizada. Quem é do interior como eu, que nasci em Londrina, para uma visita na cidade você mostrava a casa do delegado, do juiz de direito e da diretora da escola. O que acontece é que nos últimos 50 anos tivemos uma depauperação contínua e acelerada da formação docente; uma multiplicação imensa das atividades que a escola passou a absorver e que antes não tinha; e uma entrada de docentes sem uma formação completa porque formados no sistema privado de ensino. Às vezes, o setor privado de educação diz que a rede pública é responsável pela má qualidade, mas o professor de rede pública é formado extensamente na rede privada de ensino superior, portanto, a maior responsabilidade se localiza no sistema privado. Houve também o rebaixamento de salário em função também da banalização da profissão, muita gente passou a encará-la como uma forma de complementação do orçamento. A profissionalização universal e compulsória que o governo militar colocou de 1971 a 1982 levou a que profissionais que não eram da educação entrassem na docência, pela obrigatoriedade do currículo específico. Pessoas que tinham que ensinar Física, Biologia, parte de ensino profissionalizante, que não eram profissionais da área, portanto, não tinham naquilo um corpo de atividades no cotidiano. Tudo isso levou a que o professor hoje quase tenha um lema de “Vote em Jesus para Cristo”, o professor é incriminado. Não que não tenhamos responsabilidade sobre problemas na educação, mas a responsabilidade não é exclusivamente nossa.
Por outro lado, a educação não é um crime perfeito onde só tem vítimas. Tem autores. Existem causas extra-escolares para as dificuldades na educação. Como mencionei, as elites predatórias, uma economia que apropria o coletivo para uma parcela diminuta, classe médias acovardadas que utilizam a escola pública como ameaça para seus filhos: “se você não se comportar vou te por em uma escola pública, estudar com uma ralé”. Quando Benedita da Silva assumiu o governo do estado do Rio de Janeiro, foi ao palácio, lotado de tapetes, alguns do tempo do Império, e um jornalista fez uma pergunta extremamente escandalosa e elitista: “como a senhora se sente, já que mora em uma favela, pisando nesses tapetes?”. Ela respondeu: “não tenho nenhuma dificuldade, eu e todos os meus antepassados que vieram da África passamos séculos esfregando e limpando esses tapetes, temos o direto de pisar neles agora”.
Por que digo tudo isso? Porque houve uma depauperação das condições de trabalho e as sociedades que incharam as metrópoles levaram a que a escola assumisse algo que nunca deveria ter assumido. Educação não é sinônimo de escolarização. Educação é tarefa da família, a tarefa da escola é escolarização. De repente a escola teve que fazer educação física, científica, matemática, artística, sexual, ecológica, para o trânsito, oferecer merenda, cuidar da saúde e ela não tem estrutura para fazer isso.
Fórum – Uma transferência de responsabilidades?
Cortella – Sim, algumas escolas, sobretudo privadas, fazem uma coisa altamente mentirosa. Uma escola que anuncia no seu site que oferece “educação integral” deveria ser enquadrada no artigo 171 do Código Penal, estelionato. A escola não faz educação integral, pode fazer escolarização. A educação integral se dá pela família, nas instituições sociais, no grupo de amigos, no sindicato, na mídia, ela só pode ser feita no conjunto da socialização. Por isso, essa depauperação das condições de vida docente fizeram com que houvesse um descompasso entre a formação docente e as necessidades.
Quando a escola pública se tornou pública, uma parte dos docentes não estava preparada para lidar com o que não era ligado às classe médias. Em outros tempos, a professora passava a lição de casa e pedia para os pais ajudarem. Nas periferias das grandes cidades, quase 80% das crianças que estão no segundo ano do ensino fundamental têm mais escolaridade que os pais. O que significa que se eu for um docente que foi formado levando em conta que o pai e a mãe auxiliem na tarefa, estou fadado ao fracasso.
A criança que não tem pais alfabetizados não tem estímulo. Uma das maneiras de melhorar a educação básica é alfabetizar o adulto. Isso eleva a condição educacional das crianças. A formação docente tem que ser tal como o governo federal vem começando a propor, um sistema nacional de formação docente, com uma proposta nacional de prova de concurso, que cada um vai adaptar para a sua realidade local. É importante citar a mudança que o governo fez na Capes, que sempre cuidou apenas do ensino superior e que hoje tem uma câmara de educação básica da qual faço parte. Ao mesmo tempo, é preciso que as avaliações sirvam para a mudança. Não podemos nos tornar grandes fabricantes de termômetros, temos que usar o termômetro como ferramenta indicativa de distúrbio e mexer no distúrbio.
Isso vem sendo trabalhado nos últimos 15 anos, estamos ainda dando os passos iniciais, mas os passos estão sendo dados. Agora, por exemplo, o governo federal está propondo uma bolsa para o professor. Como você tem bolsa para residência médica, uma residência na área de educação. Mas a grande novidade é colocar o sistema público de ensino e se puder, na sequência, colocar as confessionais e comunitárias, na relação com a educação básica, ao invés de haver esse distanciamento. Até agora quem decidia como seria o ensino médio era o vestibular da universidade, quando a lógica teria que ser inversa. Agora, com a utilização – optativa – do Enem por parte das universidades federais, a lógica muda.
Toda vez que se fala em vestibular, as pessoas opinam “tem que ser assim, tem que ser assado” e, no fundo, estamos discutindo o tamanho da porteira ao invés de falar da reforma agrária da universidade. Nós, professores, no momento, estamos na berlinda. Até porque vários secretários da Educação, inclusive no estado de São Paulo, vêm responsabilizando o professor por essa situação.
Fórum – Nesse contexto, como o senhor vê a política de bonificação e premiação do professor implementada no estado de São Paulo?
Cortella – O projeto tucano e o projeto lulista, chamemos assim, são diferentes em várias coisas e não em outras. Fernando Haddad hoje – também dando sequência a iniciativas de Tarso Genro – fez, com a expansão, que as federais estivessem a serviço da sociedade. O ensino médio, com a profissionalização tecnológica, que levasse a uma qualificação do trabalho dentro da sociedade. A grande diferença entre os dois governos é que o governo Lula tem uma concepção federativa e federalizadora da educação que o governo tucano não tinha. O governo Fernando Henrique imaginava que a autonomia de cada unidade deveria ser respeitada por conta de suas especificidades, e o governo lulista entende que a educação tem que ser federalizada, um vestibular único, um exame nacional de seleção único. E único não significa exclusivo, mas sim baseado em um patamar único. É a percepção de que é preciso fazer, e fazer juntando as forças nacionais. Nesse sentido é positivo.
O governo Fernando Henrique Cardoso e a gestão em São Paulo desde o governo Mário Covas até hoje se dá a partir das orientações do Banco Mundial. É só lembrar que parte dos educadores tucanos não é de desqualificados, ao contrário, tem outra percepção, mas todos tiveram algum tipo de pertencimento às políticas do Banco Mundial, inclusive o Paulo Renato, que viveu em Washington muito tempo, a Guiomar Namo de Mello [ex-secretária de Educação do município de São Paulo] até há pouco era presidente da Fundação Victor Civita, do grupo Abril… Essa lógica de um viés mais privatista, que deixa que as forças sociais e o setor privado se encarreguem de ocupar o que é gerador de qualidade, e que eu chamo de privilégio, é um grande diferencial.
Hoje, no governo estadual de São Paulo, principalmente de Paulo Renato e antes de Maria Helena Guimarães de Castro, que é uma grande professora e intelectual, é preciso centralizar a ação docente em função de um material. E esse material, que é o apostilamento da educação, é o grande motivo privatista na área de educação nas redes públicas país afora. Há grandes grupos privados cuja receita é o apostilamento do ensino municipal. Um grupo que atua com a produção de texto, de livro, e o município apostila…
Fórum – E eles estão se tornando financiadores de campanhas eleitorais.
Cortella – Alguns dos ministros que aí estavam eram proprietários dessas grandes redes. Existe capital internacional nisso também. Não é à toa que o Grupo Pitágoras, que eu gosto muito, faço atividades com eles eventualmente, mas são um grupo poderoso nessa área. Tem capital norte-americano, declarado, e o proprietário é o Walfrido Mares Guia, que foi um grande secretário de Educação de Minas Gerais, cujo principal teórico é o Cláudio de Moura Castro, que veio também de algumas atividades do Banco Mundial e é colunista da revista Veja. Ressalto de novo que não são pessoas que não têm competência na área da sua percepção ideológica da educação. Pelo contrário, têm uma competência sólida. Aliás, é uma pena, porque se menos competentes fossem teríamos uma dificuldade menor para romper determinados parâmetros que considero negativos.
Esse apostilamento da rede estadual paulista, como tudo na vida, tem um elemento de positividade, que é a capacidade de organizar um pouco o conteúdo que estava disperso. Mas ao ser colocado não como uma diretriz, mas como obrigatoriedade, e não fazendo uma formação que prepara o docente para a autonomia, o que ele faz é substituir o docente pelo material didático. Isso é o que se chamava de tecnicismo na educação, isto é, tanto faz se sou da área de filosofia, de psicologia, de comunicação, posso dar qualquer conteúdo pois este não está comigo, está no material escrito. Isto tira a autonomia das redes de ensino, nas municipais dificulta que ela ganhe a independência, porque ela passa a depender desse material. E no dia em que o contrato é rompido, durante anos você teve uma formação por empréstimo. Lembra um pouco Nietzsche quando diz “trouxestes os vossos leões do Pireu até aqui apenas para nos mostrar que o Pireu não é aqui?”. E durante quatro anos, ou seis ou oito anos, você tem aquele apostilamento sem que haja apropriação pela rede municipal, que não produz sua teoria, sua convicção, sua prática refletida. Cria-se uma certa orfandade pedagógica, que é o grande risco.
No caso do governo do estado, não é necessário que a gente pegue a temática do apostilamento e a descarte como se fosse de si negativa. Pelo contrário, ela tem elementos de positividade, se ela fosse uma junção de uma organização de um esforço pedagógico de formação, em conjunto com os docentes, as estruturas associativas sindicais, e que se fizesse um projeto de formação da educação pública no estado de São Paulo. Aliás, Paulo Freire dizia que a prática de pensar a prática é a única maneira de pensar certo. Marx tem uma frase que acho definitiva, “o único critério de verdade é a prática”. Para ver se o projeto funciona ou não é só você verificar o que aconteceu nos últimos 14 anos e analisar o resultado. Se é o mesmo tipo de modelo pedagógico e ele chega com o decréscimo das condições de aprendizagem do código matemático e o código linguístico, é melhor reavaliar o projeto ideológico que está por trás. E isso é algo que acontece no estado.
Por exemplo, Rose Neubauer, que foi secretária da educação do governo Covas, fez uma gestão cuja finalidade era quebrar a espinha da área sindical. E ela fez, porque ao levar a uma municipalização compulsória e precoce, e depois com a entrada em cena da separação das escolas, de primeira à quarta em uma unidade, de quinta à oitava em outra, separou docentes também. Quando Paulo Renato implantou o Fundef, que exigia que o município, para receber os recursos, tivesse um número maior de alunos no ensino fundamental, preferiu municipalizar, o que levou a um enfraquecimento das estruturas do movimento social via sindicato.
Quando ela foi substituída pelo Gabriel Chalita, ele conseguiu algo muito positivo na educação, mas, claro, não foi o suficiente. Ele reencantou um pouco a educação, levando um pouco de estímulo à parte do professorado que não tinha militância política no cotidiano. Ao falar da “pedagogia do amor”, da “esperança”, fazendo grande palestras, como ele é um brilhante palestrante, deu um pouco de ânimo, mas foi uma coisa eventual, já que não teve depois sustentação. Ele foi inspirador, reviu pontos a respeito da progressão continuada, mas foi substituído pela professora Maria Lúcia, freiriana, que infelizmente não permaneceu porque ficou adoentada. E a professora Maria Helena dá continuidade à gestão tucana. Paulo Renato, quando assumiu, não disse o que ia fazer, só falou do viés político. Em época de eleições, como em 2010, começa a haver um discurso cínico sobre educação. Ela vira prioridade, mas prioridade se traduz em recurso e políticas na área.
Fórum – A educação chegou a ter uma centralidade nas últimas eleições presidenciais.
Cortella – Mas perdeu o fôlego, por uma razão: algo só é assunto se a mídia pautar. Senão, sai do circuito.

JORNALISTA SOCIALISTA TENTA EMBARAÇAR O PAPA.

Começa a circular a transcrição de uma entrevista feita com o atual Papa
quando ele era o então cardeal Bergoglio, na Argentina.

Na realidade foi uma emboscada realizada pelo jornalista Chris Mathews da
MSNBC, mas Bergolio encurralou Mathews de tal forma que a entrevista nunca
foi ao ar, porque, ao perceber que seu plano havia falhado, Mathews
arquivou o vídeo.

Porém, um estudante de Notre Dame, que prestava serviços sociais na MSNBC,
apoderou-se dele e o deu para seu professor.


          “O problema das mentes fechadas é que elas geralmente vem acompanhadas de uma boca aberta.”
“O pensador recatado acredita sinceramente no que procura, desconfiando porem do que acha.”
“O mundo é real, as pessoas é que são falsas.”

                                               
Agora entendemos melhor porque este cardeal argetino foi escolhido para papa. Ele tem idéias firmes e nunca foge (e nunca fugiu) de uma resposta polêmica.



A entrevista começou quando o jornalista, tentando embaraçar o Cardeal, perguntou-lhe o que ele pensava sobre a pobreza no mundo.

O cardeal respondeu:

" - Primeiro na Europa e agora nas Américas, alguns políticos têm se dedicado a endividar as pessoas, fazendo com que fiquem dependentes.

- E para quê? Para aumentar o seu poder. Eles são grandes especialistas em criação de pobreza e isso ninguém questiona. Eu me esforço para lutar contra esta pobreza.

- A pobreza tornou-se algo natural e isso é ruim. Minha tarefa é evitar o agravamento de tal condição. As ideologias que produzem a pobreza devem ser denunciadas. A educação é a grande solução para o problema.

- Devemos ensinar as pessoas como salvar sua alma, mas ensinar-lhes também a evitar a pobreza e a não permitir que o governo os conduza a esse estado lastimável "

Mathews ofendido pergunta: - O senhor culpa o governo?

" - Eu culpo os políticos que buscam seus próprios interesses. Você e seus amigos são socialistas. Vocês (socialistas) e suas políticas, são a causa de 70 anos de miséria, e são culpados de levar muitos países à beira do colapso. Vocês acreditam na redistribuição, que é uma das razões para a pobreza. Vocês querem nacionalizar o universo para poder controlar todas as atividades humanas. Vocês destroem o incentivo do homem, até mesmo para cuidar de sua família, o que é um crime contra a natureza e contra Deus. Esta vossa ideologia cria mais pobres do que todas as empresas que vocês classificam de diabólicas”.

Replica Mathews: - Eu nunca tinha ouvido nada parecido de um cardeal.

" - As pessoas dominadas pelos socialistas precisam saber não têm que ser pobres"

Ataca Mathews: - E a América Latina? O senhor quer negar o progresso conseguido?

"O império da dependência foi criado na Venezuela por Hugo Chávez, com falsas promessas e mentindo para que se ajoelhem diante de seu governo. Dando peixe ao povo, sem lhes permitir pescar. Se na América Latina alguém aprende a pescar é punido e seus peixes são confiscados pelos socialistas. A liberdade é castigada.

- Você fala de progresso e eu falo de pobreza. Temo pela América Latina. Toda a região está controlada por um bloco de regimes socialistas, como Cuba, Argentina, Equador, Bolívia, Venezuela, Nicarágua. Quem vai salvá-los (a América Latinadessa tirania?"

Acusa Mathews: - O senhor é um capitalista.

" - Se pensarmos que o capital é necessário para construir fábricas, escolas, hospitais, igrejas, talvez eu seja capitalista. Você se opõe a este raciocínio?"

- Claro que não, mas o senhor não acha que o capital é retirado do povo pelas corporações abusivas?

- "Não, eu acho que as pessoas, através de suas escolhas econômicas, devem decidir que parte do seu capital vai para esses projetos. O uso do capital deve ser voluntário. Só quando os políticos se apropriam (confiscam) esse capital para construir obras públicas e para alimentar a burocracia é que surge um problema grave. O capital investido voluntariamente é legítimo, mas o que é investido com base na coerção é ilegítimo ".

- “Suas idéias são radicais”, diz o jornalista.

- "Não. Há anos Khrushchev advertiu: "Não devemos esperar que os americanos abracem o comunismo, mas podemos ajudar os seus líderes com injeções de socialismo, até que, ao acordar, eles percebam que abraçaram o comunismo". Isto está acontecendo agora mesmo no antigo bastião da liberdade. Como os EUA poderão salvar a América Latina, se eles próprios se tornarem escravos de seu governo? "

Mathews diz: - “Eu não consigo digerir (aceitar) tal pensamento”.

O cardeal respondeu: - "Você está muito irritado porque a verdade pode ser dolorosa. Vocês (os socialistas) criaram o estado de bem-estar que consiste apenas em atender às necessidades dos pobres, pobres esses que foram criados por vocês mesmos, com a vossa política. O estado interventor retira da sociedade, a sua responsabilidade. Graças ao estado assistencialista, as famílias deixam de cumprir seus deveres para obterem o seu bem-estar, incluindo as igrejas. As pessoas já não praticam mais a caridade e veem os pobres como um problema de governo.

- Para a igreja já não há pobres a ajudar, porque foram empobrecidos  permanentemente e agora são propriedade dos políticos. E algo que me irrita profundamente, é o fato dos meios de comunicação observarem o problema sem conseguir analisar o que o causa. O povo empobrece e logo em seguida, vota em quem os afundou na pobreza ".

“O socialismo dura até terminar o dinheiro dos outros”

Margareth Thatcher - saudosa ex primeira ministra britânica.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

GEFROMP DISTRIBUI BRINQUEDOS DE NATAL.

O GEFROMPINHO na véspera do Natal, fez a distribuição de brinquedos para aproximadamente 100 crianças. Graças à você, muitas crianças tiveram um Natal mais feliz.
 Alem dos brinquedos, recebiam também o carinho e uma palavra amiga dos nossos irmãos que lá compareceram.
Nossos agradecimentos à todos que colaboraram. Muitos doaram brinquedos novos mas, a maioria foi brinquedo que, durante o ano foram sendo recuperados por nossos colaboradores.
E a Campanha para o Natal de 2014, já começou. Aqueles brinquedos que estão encostrados em sua casa, que apresentam algum defeito, poderá fazer a alegria de muita gente.

O GEFROMP tem ainda a Campanha do Material Escolar, a Campanha do Agasalho, a Campanha das roupinhas de Bebê,  e a Campanha do Quilo.
Acompanhem pelos nossos informativos e abram o seu coração.
Que Deus lhe pague.

DICA DE LEITURA - PAULO BETTI

Paulo Betti (ator)

Guerra e Paz - Leon Tolstoi - Cia das Letras

15/07/2010

A narrativa do título sugerido pelo ator, diretor de cinema e televisão se passa durante a campanha de Napoleão na Áustria, a invasão da Rússia e a retirada das tropas francesas, abarcando de 1805 a 1813. Tostoi combina romance, epopeia militar e filosofia nesta obra.

DEBATE SOBRE TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO.

TEDx: escola de SP receberá evento para debater tecnologia e educação

Terra 


“Não adianta usar o tablet para um ditado”, diz Rubem Saldanha. A frase resume o pensamento do gerente de educação da Intel Brasil e um dos palestrantes do TEDx Dante Alighieri School, que irá ocorrer em 25 de outubro, às 15 horas, na sede do colégio paulista. Saldanha trabalha com jovens cientistas estimulando a produção de conhecimento e é defensor da inovação e da inclusão de novas tecnologias ao currículo escolar, mas é crítico: segundo ele, não há resultados eficazes sem um processo pedagógico bem delineado. Ou seja, não basta colocar um tablet ou computador na sala de aula, é preciso planejar o uso desses dispositivos e explorar suas potencialidades.

“Você pode falar em tablet, ou no que for, mas a questão mais importante é: qual o planejamento que o professor tem para utilizar a nova tecnologia?”, comenta. Ele cita exemplos interessantes, como o de um projeto desenvolvido entre duas turmas de oitavas séries de estados diferentes do Brasil, no qual as professoras sugeriram a leitura de um livro que falava sobre a vida de Santos Dumont. A partir daí, uma série de atividades foi desenvolvida entre as turmas: discussão via web, criação de um blog de escrita coletiva, visita de uma das turmas ao interior de Minas Gerais para conhecer o local onde nasceu o aviador, conexão via web com uma terceira turma, parisiense, que foi conhecer o campo francês onde Dumont tentou alçar voo. “A internet permitiu aos alunos estar onde não podiam, mas havia todo um projeto pedagógico dos professores por trás, que envolveu geografia, história, português e inglês para se comunicar”, diz Saldanha.

Sobre a capacitação dos professores para atuar com as novas tecnologias, o especialista acredita que o país já avançou, mas vê ainda muito o que melhorar. Segundo ele, fundamental é a capacitação dos professores estar vinculada a um plano de carreira, e cita que, no estado de São Paulo, isso já ocorre.

Bom exemplo em Indaiatuba

A cidade do interior paulista é o primeiro exemplo destacado pelo especialista em relação a projetos voltados à inserção de tecnologia. Ele ressalta que a continuidade é a chave do sucesso. “A pessoa que comanda a área de tecnologia (de Indaiatuba) é a mesma há 10 anos. Eu poderia te dar também o exemplo de Araucária, na grande Curitiba, mas que hoje já não é um trabalho tão perfeito porque não houve continuidade do programa”, diz. Ele explica mais sobre o sucesso do projeto paulista: um computador por aluno, mas com professores capacitados, planejamento de compra de tecnologias e avaliação dos resultados.

Aliás, a avaliação dos resultados é outro elemento destacado por Saldanha: “Tem de saber onde se chegou e onde se quer chegar, e temos de entender que o fato de processos falharem não significa que o modelo é falido”, comenta.

Atuando com jovens cientistas no seu dia a dia, Saldanha estimula-os à inovação porque acredita que ela seja o motor propulsor da economia. “Se uma pessoa não tem a capacidade de criar coisas novas, ela vai entrar na escola, universidade, se formar e procurar um emprego: é um dos milhões de 'consumidores de emprego'. Agora, se você inova, busca soluções para os problemas locais, o passo seguinte é criar uma empresa para comercializar o que você criou. A partir desse momento, você passa a procurar gente para ser seu colaborador. Você deixa de ser uma porquinha na roda da economia para ser o motor propulsor dela”, explica.

TEDx

O TEDx é um evento no formato das famosas conferências Technology, Entertainment, Design (TED, na sigla em inglês). Como o evento internacional, é uma conferência de 18 minutos, no máximo, em que os palestrantes são convidados a fazer a melhor palestra das suas vidas; a diferença é o caráter local, organizado de forma independente, mas tendo de seguir as normas do TED internacional.

Valdenice Minatel, coordenadora do departamento de tecnologia educacional do Colégio Dante Alighieri, explica que a ideia foi acalentada desde o ano passado. As inscrições ainda estão abertas, mas, segundo ela, deverão encerrar-se em final de setembro. O público máximo das palestras será de cem pessoas, devido à exigência do TEDx por ser uma primeira edição. Além de Rubem Saldanha, o seleto público poderá acompanhar a palestra de Iberê Thenório, criador do site de curiosidades Manual do Mundo, uma das mais esperadas pelos alunos segundo Valdenice, entre outras personalidades.

HISTÓRICO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO.


O filósofo Mario Sergio Cortella traça um histórico das políticas públicas para a educação no Brasil, comenta a situação do professor e contesta o modelo educacional adotado no estado de São Paulo. ”Para ver se o projeto funciona ou não é só você verificar o que aconteceu nos últimos 14 anos e analisar o resultado. É melhor reavaliar o projeto ideológico que está por trás”
Por Glauco Faria e Renato Rovai
Fórum – Desde a redemocratização, o que foi feito em relação à educação e o que deixou de acontecer na área?
Mario Sergio Cortella – Em 1977, o grande Darcy Ribeiro fez uma conferência em São Paulo em uma reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na PUC-SP. Ele fez uma análise genial da crise da educação no Brasil e pôs isso em um texto, que era a conferência dele, chamado “Sobre o Óbvio”. Ali, disse que a crise da educação no Brasil não é uma crise, é um projeto. Assim, deixa claro o que aconteceu no país durante décadas.
O Brasil é um país que fez 509 anos de fundação, mas o Ministério da Educação foi fundado somente em 1930. Antes de 1930, não havia nenhum órgão nacional que cuidasse da educação. Aliás, a primeira universidade brasileira de fato é a de São Paulo, fundada em 1934. Para se ter uma ideia, Peru, Bolívia, Paraguai já tinham universidades no século XVI.
Fórum – E a primeira faculdade foi criada para dar um título…
Cortella – Isso, um título ao rei Leopoldo, da Bélgica. Existiam faculdades no Brasil, mas a primeira universidade é a USP. Quando as elites de um país, propositadamente, não cuidam da educação pública, é um sintoma de que não há a necessidade de fazê-lo para sustentação do seu poderio econômico. No período da República, a educação só entra como prioridade a partir de 1930, quando há a revolução liberal, graças a pioneiros como Anísio Teixeira e Fernando de Azevedo que levaram a essa lógica.
Por incrível que pareça quem vai potencializar de fato a educação como elemento de integração nacional será a ditadura militar. É ela que em 1964, ao assumir no golpe, gerencia a estrutura política e econômica até 1985, e vai dar uma certa integralidade a uma noção de educação pública com todos os desvios que carregou e que podemos mencionar. A crise da educação no Brasil não tem sua agudização no governo militar por ser um governo militar. Mas porque ele implantou junto com as elites e com a burguesia uma série de políticas econômicas e sociais que relegaram a educação a um patamar secundário justamente quando ela se tornava pública.
Dou um exemplo. Em 1964, o Brasil tinha 70% dos brasileiros no campo ou em cidades pequenas. O que significa que o aparelho educacional público era suficiente para aqueles que o frequentavam, já que de fato apenas 30% dos brasileiros tinham demanda por educação pública. Vamos pegar 2004, 20% dos brasileiros estão nas cidades pequenas e no campo. Isto é, em 40 anos houve uma inversão, foi o maior deslocamento de população do campo para a cidade que o Ocidente teve. Em função do modelo econômico, a infraestrutura para a produção capitalista se concentrou nas áreas urbanas e isso provocou o deslocamento da população.
Isso é importante porque nos últimos 40 anos a educação pública se tornou, de fato, pública. Isto é, passou a ter povo dentro dela, e em grande quantidade. Nesse período, os investimentos foram decaindo de 1968 até 1988. Essa mudança que vai agudizar uma crise. Não se confunda qualidade da educação no Brasil no passado com privilégio. Quando se tem algo bom para poucos, não é qualidade, é privilégio. Sempre dou um exemplo, São Paulo é uma cidade na qual se come muito bem, isso é verdade, mas quem come? Temos um parque cultural de cinemas, teatros, museus, imbatível, mas quem os frequenta? Dizer que São Paulo tem grande qualidade para o parque cultural letrado, talvez seja mais fácil dizer que a cidade tem uma grande estrutura de privilégio para o parque cultural letrado.
É fácil entender alguns fenômenos. O primeiro deles é que o deslocamento da população do campo para a cidade levou a um inchaço da estrutura de demanda por escola. A mesma coisa na saúde, na habitação, no saneamento básico, que são as áreas que estão em crise sempre. Segundo, tivemos que trazer uma religiosidade popular das igrejas neopentecostais, cujo pavor pelo demônio veio do campo para a cidade, uma elevação da música sertaneja como critério de musicalidade vendável. Não foram só as pessoas que vieram do campo para a cidade, a sua cultura veio. Nessa hora que a Igreja Católica perde território – porque é um momento em que ela discute a visão social do evangelho, bate contra o grupo que deseja a oração e leva a um certo esvaziamento da igreja –, aqueles que adotaram o demônio como seu avatar crescem, especialmente nas áreas periféricas, que são justamente formadas por aquelas pessoas que vieram do campo.
A ditadura agudizou a crise da educação no Brasil? Sem dúvida, mas não por ser uma ditadura em si, mas porque fez um projeto capitalista com as elites. Juntar elite predatória, classe política canalha e classes médias acovardadas é uma receita muito boa para se criar uma condição econômica privilegiada e uma da educação que é de miserabilidade.
A ditadura deu ênfase à educação básica, como não havia acontecido antes. A Nova República do [José] Sarney e depois o governo FHC não deram atenção à educação básica, exceto quando o ministro Paulo Renato fez uma coisa positiva que foi a criação do Fundef, hoje Fundeb. Mas é só lembrar que a alfabetização de jovens e adultos no governo FHC estava na área de bem-estar social, da Comunidade Solidária, que é uma ideia boa, mas tem que estar vinculada ao sistema de educação.
O Brasil está deixando a indigência na área de educação nos últimos 15 anos. Portanto, no governo Fernando Henrique, no governo Lula, começa a se abandonar a indigência na área educacional. Mas isso não nos deixa alegremente exultantes e nem deve nos deixar desesperados por percebermos que falta muito. Para usar uma clássica e antiga frase, não estamos no começo do fim, estamos no fim do começo. Por isso, há um outro elemento. Os liberais, hoje chamados neoliberais, foram responsáveis pelo agravamento da crise da educação resultante do modelo econômico escolhido durante a ditadura pelas elites, sob gerenciamento dos militares. Haja vista que, quem foi ministro da Educação antes do governo Fernando Henrique Cardoso, isto é, na Nova República e na ditadura militar? Jarbas Passarinho, Jorge Bornhausen, Carlos Chiarelli, Hugo Napoleão, Marco Maciel…
Fórum – Houve uma continuidade de pensamento.
Cortella – Isso. Para quem diz que o problema da educação é falta de continuidade… (risos). Posso incriminar a ditadura, como ditadura em si, pelo viés da educação? Não. Pelo modelo econômico compartilhado pelas elites, sem dúvida. Pela proposta social de desprivilegiamento da educação com a introdução da LDB de 1971 que tornou a profissionalização do ensino médio compulsória desorganizou o sistema. Por outro lado, criou uma coisa boa, que foi o fim da separação entre o primário e o ginásio com o antigo exame de admissão que existia e que obrigava a fazer um vestibular para entrar no ginásio. Imagine a massa de despossuídos que ficava de fora desse circuito.
A democracia faz bem ao país por várias razões. A primeira delas é que a Constituição de 1988 previa uma coisa especial: pela primeira vez na República, havia o direito de voto ao analfabeto. Isso não é pouca coisa. Na primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso, de acordo com os dados do TSE, de cada três eleitores adultos, um era analfabeto. Um terço do eleitorado acima de 18 anos era analfabeto e ficava excluído do processo.
A questão da escolarização interessa muito aos despossuídos, gente escolarizada tem o hábito de desprezar a escola. Gente inclusive altamente escolarizada costuma escrever livros contra a escola. Como já passou por ela, já se beneficiou, então escreve livros contra a escola, que vendem muito. Mas esses livros não fazem sucesso junto a pessoas que não têm escolaridade.
Última coisa: falar em educação no Brasil é falar em educação pública e 87% das vagas da educação básica no Brasil estão na área pública, 13% no setor privado. Portanto, se vamos conversar de educação pública, vamos falar da educação que pega 87 de cada 100 alunos no país. É bom ressaltar que a questão não é escola pública contra escola privada, mas escola boa contra escola ruim. E boas e ruins temos em ambos os campos. A escola privada, a confessional, é um direito dentro de uma democracia; e a pública é um dever do Estado e um direito do cidadão. E, sob este ponto de vista, o que fez a ditadura militar? Organizou um pouco o planejamento da educação brasileira; segundo, extinguiu alguns elementos de exclusão, com a junção de primário e ginásio; terceiro, começou a estruturar mecanismos de avaliação, ainda iniciais, do ensino superior no Brasil. Mas, seu nível de financiamento da educação pública foi irrisório diante das necessidades. Portanto, se permitiu e se incentivou que as pessoas viessem para as cidades mas não se garantiu a elas qualidade de vida, vitimando muita gente nesse processo.
A democracia trouxe a possibilidade de maior gestão democrática, de eleição de pessoas e grupos que não estavam no circuito com prioridade para a área de educação, trouxe a necessidade de maior fiscalização da imprensa e de organizações não-governamentais em relação ao aparato educacional público, agregou grandes massas que tiveram participação e uma inserção social muito forte. Até o modelo econômico voltado para o incentivo à cana-de-açúcar trouxe uma coisa curiosa, que é a organização do trabalhador volante – ou boia-fria como se diz no Sudeste –, que mora na cidade e demanda educação, o que levou a uma maior escolarização na área do campo.
Se olharmos hoje, que digo eu? Depois de 509 anos de história, há uma educação que começa a dar seus passos. Atingiu quase a universalização do ensino fundamental mas não atingiu a permanência.
Fórum – Isso leva o senhor a dizer que a educação está saindo da indigência?
Cortella – Está saindo da indigência nos últimos 15 anos porque temos sistemas de avaliação organizados; uma reestruturação, no governo Lula, do ensino superior com uma maior presença das camadas economicamente despossuídas; a necessidade de reorganização do vestibular que, tal como a jabuticaba, só existe no Brasil; a reformatação do sistema nacional de formação docente, que está sendo estudado pelo Fernando Haddad; o que o Paulo Renato como ministro fez, que é organizar um fundo de financiamento para o ensino fundamental, mas que tinha um pecado que foi corrigido pelo ministro Tarso Genro e depois pelo Haddad, que era deixar de lado a educação de jovens e adultos e a educação infantil. As universidades federais estão se organizando e há uma abertura imensa de vagas nessa área porque a ditadura militar fez algo que foi completado nos governos Sarney, Itamar e Fernando Henrique, que foi a privatização do ensino superior.
Fórum – Tem-se a impressão de que no governo FHC não se fez nada nesse sentido.
Cortella – Não se fez, ao contrário, o Conselho Nacional de Educação se tornou um grande cartório de homologação do ensino privado brasileiro, haja vista que hoje apenas 22% das vagas de ensino superior estão no sistema público, exatamente o inverso do que havia em 1964. Razão pela qual a questão do vestibular está ligada a isso, a questão tecnológica também e o fato de que sobram vagas no Brasil nessa área.
Portanto, crise em educação é uma coisa inata. Porque educação é processo, processo é mudança e, portanto, tem crise continuada. Mas, mais do que crise, houve é indigência e volto a Darcy Ribeiro: a educação nunca foi uma tragédia, foi um drama. A diferença entre tragédia e drama é que o trágico é decidido pelos deuses e os humanos não têm como lidar; o dramático é que temos escolha. A crise da educação no Brasil sempre foi uma escolha, um plano, deixou de sê-lo nos últimos 15 anos. Isso não significa, na grande viagem da comédia dantesca, que estejamos entrando no Paraíso. Estamos começando a sair do nono círculo de fogo do inferno. Mas chegaremos ao Paraíso porque temos condições de fazê-lo. Há forças sociais que se movimentam nessa área, a crise existe, mas temos saída.
Por último, muita gente diz que o Brasil vai crescer no dia em que tiver educação em larga escala. Essa equação não é tão automática, se fosse assim, não seríamos o número 66 no IDH em Educação e a décima economia do mundo. Educação é um bem, uma riqueza. O problema não é a posição em que ela está, o problema é que ela não é redistribuída. Portanto, sendo um bem não redistribuído, não adianta tê-lo em alta densidade, é preciso tê-lo em alta extensividade de absorção. A ditadura tem seus pecados, mas não tem todos.

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